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Defesa Civil confirma 50 mortes no Rio por conta da chuva

Alagamento impede que ônibus prossigam na avenida Jardim Botânico, na zona sul do Rio - Angelo Antônio Duarte/Futura Press
Alagamento impede que ônibus prossigam na avenida Jardim Botânico, na zona sul do Rio Imagem: Angelo Antônio Duarte/Futura Press

Do UOL Notícias*<br> Em São Paulo

06/04/2010 11h54

Atualizada às 13h

O secretário de Defesa Civil do Rio de Janeiro, Sérgio Cortês, confirmou nesta terça-feira em entrevista ao "RJTV" que 50 pessoas morreram por conta da chuva que atinge o Estado. Segundo ele, outros 200 moradores foram resgatados com vida.

"Provavelmente, haverá mais óbitos, já que há vários pontos de deslizamentos que ainda estão sendo atendidos, principalmente na região de Niterói. A situação está grave no bairro de Santa Teresa, onde resgatamos quinze corpos. A concentração de chuva que caiu na segunda-feira é anormal. Choveu em doze horas o que chove em um mês. É importante que as pessoas não saiam de suas casas para facilitar a locomoção do nosso socorro", disse. 

De acordo com o secretário, equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros estão se deslocando para as regiões de Niterói e São Gonçalo. "O perigo do alagamento é enorme. Você não consegue enxergar um bueiro destampado ou algo que esteja no chão e possa causar ferimentos. Por isso, recomendamos que as pessoas não tentem passar por locais alagados. A força da água é enorme. Durante toda a madrugada, a Defesa Civil Municipal e o efetivo do Corpo de Bombeiros atuaram em Vila Isabel, Tijuca e Andaraí. Vamos continuar o socorro", completou. 

 

Os deslizamentos de terra, que provocaram as mortes, foram registrados em diversos pontos do Rio de Janeiro. Sabe-se que houve desabamentos no Andaraí, no morro do Borel (Tijuca), em Santa Tereza, no morro dos Macacos (Vila Isabel), no morro do Turano (zona norte), em Petrópolis e em Niterói. Segundo a Defesa Civil, foram registrados 140 deslizamentos de terra e 26 desabamentos de imóveis só na capital.

 

Os bombeiros também atuam na rua Gomes Lopes, na região de Rio Comprido, onde um desabamento atingiu três casas e pode ter soterrado de 15 a 20 pessoas. Em Taquara, em Jacarepaguá, três residências também foram atingidas por deslizamentos de terra. Segundo os bombeiros, a lama e a chuva atrapalham o resgate de pelo menos 11 pessoas que estariam soterradas no local. Outro desabamento na estrada do Sumaré deixou dois desaparecidos.

Alagamentos, deslizamentos, queda de energia e caos no trânsito e no sistema de transporte tornam complicada a vida de quem mora no Estado hoje. Por isso, o prefeito da capital, Eduardo Paes, pediu na manhã desta terça-feira (6), em entrevista à "TV Globo", que a população não saia de casa até que a situação melhore. "Queremos agora é preservar vidas. As pessoas devem ficar em casa. É um risco inaceitável. Se as pessoas saírem de casa vão correr risco e atrapalhar ainda mais esta situação atípica e inesperada", disse.

Devido aos temporais, as aulas da rede municipal, estadual e particular, além das universidades, estão suspensas nesta terça-feira na cidade do Rio. Em entrevista à "TV Bandeirantes", Paes afirmou que a "situação é de absoluto caos. Todas as vias importantes estão interrompidas." Ele ressaltou ainda que "é um risco as pessoas tentarem passar [por alagamentos]".

O prefeito confirmou uma série de deslizamentos de terra na avenida Niemeyer, umas das vias que liga a Barra à zona sul. Não há tráfego no local. Segundo Paes, o Rio tem também dez domicílios em áreas de risco e a Lagoa Rodrigo de Freitas está com 1,4 metro, três vezes o volume normal.

Já Sérgio Simões, subsecretário de Defesa Civil/RJ, disse em entrevista à "GloboNews" que choveu "quantidades além do que qualquer cidade é capaz de suportar", referindo-se a regiões como a zona norte e a zona sul, onde o acumulado de chuva atingiu os 200 mm.

*Com informações de André Naddeo, no Rio de Janeiro, da Agência Estado e da Agência Brasil.