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Sobe para 113 o número de mortos pela chuva no Rio

Veja mais fotos da chuva no Rio no álbum - Jadson Marques/AE
Veja mais fotos da chuva no Rio no álbum Imagem: Jadson Marques/AE

Do UOL Notícias<br> Em São Paulo

07/04/2010 14h02

O número de mortos devido às chuvas que atingem o Rio de Janeiro desde o final da tarde desta segunda-feira (05) chegou a 113 na tarde desta quarta-feira (07), segundo levantamento do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil Estadual. Até o momento foram registradas 43 vítimas no Rio de Janeiro, 54 em Niterói, 12 em São Gonçalo, uma em Nilópolis, uma em Paracambi, uma em Petrópolis e uma em Magé. Os feridos somam 135.

A Defesa Civil ainda não informou onde aconteceram as novas mortes na capital. No último balanço, eram 14 mortes no morro dos Prazeres, seis no morro dos Macacos, quatro no bairro Taquara, quatro no morro do Turano, três no morro do Borel, uma no morro do Andaraí, três na ladeira dos Guararapes, uma no Recreio dos Bandeirantes, uma na Ilha do Governador, uma em Olaria e uma em São Cristóvão.

Os bombeiros ainda procuram desaparecidos em dois locais de Santa Teresa e em 16 pontos de Niterói.

Desabrigados
A Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro informou nesta quarta-feira (7) que baixou para 1.778 o número de pessoas desabrigadas por causa dos estragos provocados pela chuva que atingiu a cidade no começo da semana. No último balanço, divulgado na noite de ontem, eram 2.134 pessoas só na capital. A Prefeitura já interditou 180 imóveis em situação de risco.

A cidade permanece em estado de atenção, apesar de a chuva ter diminuído. A previsão é de que o tempo continue instável até o final da semana, portanto o risco de deslizamento permanece em várias regiões da cidade.

A prefeitura pede que as pessoas que moram em áreas de risco que procurem um local seguro, como casa de parentes ou abrigos municipais.

Números de emergência
Segundo a secretaria, a Defesa Civil Municipal recebeu entre as 17h de segunda e as 7h de hoje 806 chamadas de emergência no número 199. A maioria refere-se a desabamentos de imóveis, rachaduras, deslizamentos de barreiras e quedas de muros. Já a Secretaria Estadual de Segurança informou que o número 190 recebeu cerca de 27 mil chamadas, sendo 7 mil delas direcionadas ao 193 (Corpo de Bombeiros).

Um princípio de incêndio provocado por um curto circuito no prédio onde funciona o centro de recepção de chamadas do Samu-Rio (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), em Copacabana, fez com que o sistema de telefonia do número 192 ficasse fora do ar nesta quarta-feira.

O Corpo de Bombeiros montou um esquema especial para funcionamento do serviço, que está atendendo pelos telefones (21) 2333-9240, 2333-9241, 2333-9221, 2333-9225, 2333-9226, 2333-9215 e pelo celular 8596-9769.

Não há previsão para o retorno do funcionamento do telefone 192. 

Escolas fechadas
Em entrevista coletiva no começo da noite desta terça-feira (6), o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), anunciou que as escolas continuarão fechadas nesta quarta-feira (7) devido aos estragos causados pela chuva. O intuito do cancelamento é evitar o deslocamento de pessoas pelas ruas.

Paes, no entanto, eximiu a responsabilidade da prefeitura e culpou exclusivamente o excesso de chuva pelo caos instalado na capital fluminense. De acordo com ele, na história recente da cidade nunca houve uma chuva como a das últimas 24 horas.

O prefeito do Rio afirmou que a chuva foi a maior já registrada na cidade. Em menos de 24 horas, foram 288 milímetros de precipitação (cada milímetro equivale a um litro de água por metro quadrado). Em 1966, choveu 245 milímetros em 24 horas --na ocasião, a chuva histórica destruiu a cidade.

"Foi o maior volume de chuvas relacionadas a enchentes já registrado em nossa cidade. Tivemos a chuva forte somada à maré alta e ressaca, o que agravou a situação. Para se ter uma ideia, o nível da lagoa Rodrigo de Freitas que normalmente é de 50 centímetros foi a 1,40 metro. É claro que ninguém nega que existam deficiências e problemas estruturais, mas não há galeria pluvial limpa que segure este volume de água", disse Paes.

Já o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), culpou a ocupação irregular de favelas pelo tragédia. Ele confirmou que vai decretar estado de emergência no Estado devido ao temporal.

Veja no mapa as cidades que enfrentaram problemas por conta da chuva:

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