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Buscas continuam no Rio e em Niterói; número de mortos chega a 229

Veja mais fotos da tragédia provocada pela chuva no Rio de Janeiro  - Bruno Domingos/Reuters
Veja mais fotos da tragédia provocada pela chuva no Rio de Janeiro Imagem: Bruno Domingos/Reuters

Do UOL Notícias<br> Em São Paulo

12/04/2010 12h05

Atualizada às 15h

As equipes dos bombeiros trabalharam durante toda a madrugada de domingo para segunda-feira (12) e mantêm hoje as buscas às vítimas dos deslizamentos de terra no morro dos Prazeres, em Santa Teresa, na cidade do Rio de Janeiro, e no morro do Bumba, em Niterói (RJ). Até as 15h, nada havia sido encontrado.

Segundo o último balanço do Corpo de Bombeiro, 229 mortes foram confirmadas  --146 mortes em Niterói, sendo 36 no morro do Bumba, 63 no Rio, 16 em São Gonçalo, uma em Petrópolis, uma em Nilópolis, uma em Paracambi e uma em Magé. O número de vítimas, entre mortos e feridos, chega a 390.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil, a cidade do Rio ainda tem cerca de 5.000 desalojados e desabrigados distribuídos em 64 abrigos da prefeitura. Em Niterói, são 7.000 pessoas abrigadas 90 pontos providenciados pelo governo municipal para receber as vítimas da chuva. A estimativa do Corpo de Bombeiros é de que 11.500 pessoas estão desabrigadas no Estado e mais de 40.400 desalojadas na casa de amigos e parentes.

Por causa do risco de deslizamentos, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMBD), anunciou no domingo a remoção de mais sete comunidades, além do morro do Urubu, que aconteceu ontem. São elas: morro dos Prazeres, morro do Fogueteiro, São João Batista, Cantinho do Céu e Pantanal (no morro do Turano), Laborioux ( na Rocinha) e Parque Colúmbia (às margens do Rio Acari).

As famílias já identificadas pelas assistentes sociais que estão atuando nos locais receberão a partir desta semana o Aluguel Social - que passou de R$ 250 para R$ 400 mensais.
 

Bondinho continua fechado

As obras de contenção no Parque Nacional da Tijuca para desobstruir os acessos e garantir a segurança no local após deslizamentos de terra devem durar seis meses e incluem a estrada de ferro do Corcovado, onde a circulação do trem está paralisada desde o dia 7

No morro dos Prazeres, os moradores permanecem em áreas onde cerca de 400 casa foram interditadas pela Defesa Civil. Muitos resistem à ideia de ir para um abrigo montado pela prefeitura. A comunidade de 7.000 habitantes foi a mais afetada na capital fluminense após as fortes chuvas dessa semana. No local, já foram encontrados 28 corpos que estavam soterrados em virtude do deslizamento de terra ocorrido na manhã de terça-feira (6).

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), também afirmou durante o fim de semana que determinou a retirada "imediata" dos moradores do morro do Céu, lixão em Niterói vizinho ao morro do Bumba, que também corre risco de desabamento. Segundo ele, o governo aproveitará um Termo de Ajustamento de Conduta firmado há cinco anos entre o Ministério Público Estadual e a Prefeitura de Niterói para desapropriar cerca de 200 casas ali.

De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura de Niterói, os acessos ao morro do Céu já foram interditados e as famílias serão retiradas do local "em breve".

Os moradores do local, no entanto, também resistem em deixar suas casas por medo de que seus pertences possam ser roubados e reclamam de falta de garantias por parte do governo.

Ajuda federal
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou hoje que o governo federal fará “tudo o que for necessário” para ajudar o Rio de Janeiro após os temporais que atingiram o Estado na semana passada. Em seu programa semanal Café com o Presidente, Lula acusou governos anteriores de terem “responsabilidade” na tragédia, ao permitirem que as pessoas morassem em áreas consideradas de risco.

“Tudo o que poderia ser evitado no começo as pessoas deixaram – certamente por conta da política”, afirmou o presidente.

 

Ele destacou a liberação, por medida provisória, de R$ 200 milhões para socorrer o Estado, mas lembrou que a chuva precisa parar para que o levantamento dos prejuízos seja feito. “Eu agora só posso dizer que o povo brasileiro está entristecido com o que aconteceu no Rio de Janeiro e pedindo a Deus, rezando muito, para que pare de chover e o Rio possa voltar à normalidade”.

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