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Federação das Empresas de Transportes do Rio vai à Justiça pedir ilegalidade da greve de ônibus

Daniel Milazzo*<br>Especial para o UOL Notícias

No Rio de Janeiro

12/04/2010 13h19

Na manhã desta segunda-feira (12), o transporte público ficou comprometido em algumas regiões do Rio de Janeiro, sobretudo na zona oeste, devido à paralisação de motoristas e cobradores de pelo menos dez empresas de transporte público urbano. A Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) não reconhece a greve.

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Empresa estendeu as viagens da linha Campo Grande até o terminal Santa Cruz, no período entre 9 horas e 16 horas.

“É uma paralisação orquestrada por uma pequena parte dos rodoviários com motivações políticas internas”, afirma Suzy Balloussier, relações públicas da Fetranspor. A organização entrará hoje à tarde na Justiça do Trabalho com um pedido de ilegalidade da greve.

Oswaldo Garcia, diretor do Sindicato dos Rodoviários do Rio de Janeiro, diz que a organização não está ligada à paralisação. “O sindicato não tem nada a ver com essa paralisação. Acho isso até um crime, sabendo que a cidade ainda está se recuperando dessa tragédia da semana passada [causada pelas chuvas]. Até porque tem muita família de rodoviário que ainda está sofrendo com isso”, declara.

Edna Ferreira, funcionária da Subprefeitura de Jacarepaguá, na zona oeste, relata que vários colegas tiveram dificuldades para chegar ao trabalho.

“Todos estão tendo transtornos. Quem depende do transporte público teve que lançar mão dos transportes alternativos, como as vans”, afirma Edna.

Um funcionário da Jabour, uma das empresas parcialmente paralisadas, não soube dizer quantos motoristas e cobradores interromperam as atividades.

Em nota divulgada pelo Rio Ônibus, Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Município do Rio de Janeiro, as empresas Jabour e Pégaso não conseguiram tirar seus carros da garagem devido a piquetes. Apenas três veículos da Transportes Zona Oeste puderam entrar em circulação. A Transportes Campo Grande possui 80 ônibus em circulação e a Viação Bangu trabalha com 70% de sua frota. Duas empresas que atuam em Jacarepaguá – Redentor e Futuro – trabalham com 50% dos carros. Na zona sul da cidade, a empresa Real Auto Ônibus não conseguiu retirar nenhum veículo da garagem, segundo a assessoria do Rio Ônibus.

Ainda em nota, o Rio Ônibus afirma ter recebido da Secretaria Estadual de Segurança Pública a informação de que a circulação está garantida.

Reajustes

No mês passado, um acordo coletivo estabeleceu reajuste de 5% para a categoria, informação confirmada pelo diretor do Sindicato dos Rodoviários. A Fetranspor informa que por meio do mesmo acordo foi criado um piso único para os profissionais em toda a região metropolitana do Rio de Janeiro.

“O Rio Ônibus não recebeu nenhuma reivindicação do grupo organizador do presente movimento”, afirma o sindicato em nota.

Detidos

Sete pessoas foram presas na manhã de hoje durante piquete em frente a uma empresa de ônibus em Santa Cruz, zona oeste do Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Militar (PM), os detidos tentavam impedir que os funcionários da viação entrassem para trabalhar, por volta das 8h.

Os detidos foram levados para a 36º Delegacia de Polícia (Santa Cruz). Policiais militares permaneceram no local para garantir a segurança dos trabalhadores.

*Com informações da Agência Estado