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Servidores públicos de Maceió entram em greve por tempo indeterminado

Servidores públicos de Maceió invadiram a sede da Secretaria de Finanças, no centro da capital, depois de iniciarem greve por tempo indeterminado - Beto Macário/UOL
Servidores públicos de Maceió invadiram a sede da Secretaria de Finanças, no centro da capital, depois de iniciarem greve por tempo indeterminado Imagem: Beto Macário/UOL

Carlos Madeiro<br>Especial para o UOL Notícias<br>Em Maceió

12/04/2010 11h35

Os servidores públicos de Maceió (AL) deflagraram nesta segunda-feira (12) uma greve por tempo indeterminado. Eles protestam contra a proposta de reajuste anual oferecido pela prefeitura de 3,03%. As categorias exigem entre 15% e 20%.

Nesta manhã, os servidores protestaram e invadiram a sede da Secretaria de Finanças, no centro da capital. Eles também fecharam o cruzamento das ruas no entorno do prédio, deixando o trânsito caótico. A capital alagoana tem 17 mil funcionários públicos.

Por conta do protesto, as aulas estão suspensas, boa parte postos de saúde estão fechados e os serviços administrativos estão parcialmente paralisados. O combate ao mosquito da dengue também está suspenso, justamente no período em que o Estado apresenta alta de 244% no número de notificações de casos da doença, em comparação a 2009. A paralisação atinge praticamente todos os serviços municipais, exceto médicos e procuradores.

O presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Maceió - que representa 8.000 servidores das áreas administrativas -, Sidney Lopes, informou que 30% dos serviços estão sendo mantidos, mas o movimento pode radicalizar. "Estamos com uma grande mobilização, que está crescendo. Estamos mantendo o número mínimo de funcionamento, mas se não houver acordo, podemos fechar secretarias", disse.

A presidente do Sindicato dos Servidores da Educação, Célia Capistrano, assegurou que 95% das escolas estão sem aulas, e a categoria só volta ao trabalho quando a prefeitura sinalizar com um aumento de 15,93%. "Só não digo que estamos 100% parados porque não conseguimos contatar todas as escolas, mas as que conseguimos, todas estão paradas", informou.

Por conta da paralisação, os 53 mil alunos matriculados na rede municipal são afetados. Ao todo, o município possui 1.200 professores.

Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde, Valmir Gomes, apenas os funcionários da maternidade Denilma Bulhões e o transporte de doentes de Hemodiálise está sendo mantido integralmente. "A adesão da greve é grande. Dos 75 postos, 45 estão sem funcionar, e a tendência é os demais aderirem. O PSF [Programa de Saúde da Família] é o mais afetado", afirmou, garantindo a manutenção de 30% dos serviços nas unidades de atendimento de emergência.

A vacinação contra a gripe suína também é prejudicada, embora esteja sendo mantida na maioria dos locais de vacinação. "Os agentes concursados estão parados, mas há aqueles cargos comissionados que estão vacinando", afirmou.

Outro serviço paralisado é o de combate ao mosquito da dengue. Segundo o Sindicato da categoria, quase todos os 700 agentes de endemias aderiram à paralisação. "Está tudo parado, justamente no momento de epidemia da dengue em Maceió", assegurou Fernando Cândido, diretor sindical.

Críticas à invasão

O secretário municipal de Administração, Sergio Vilela, criticou a postura dos servidores, - que invadiram o prédio das secretarias de Finanças e Administração. “É lamentável e estranha essa postura, pois tivemos reunidos com os líderes sindicais na sexta-feira, mostramos todos os dados e ficamos de nos reunir até esta terça-feira para tentarmos uma nova proposta. Dessa forma, fica difícil manter um canal de comunicação”, afirmou.

Segundo ele, a prefeitura está analisando as medidas legais que podem ser tomadas caso os servidores permaneçam no prédio. “Já acionamos a Procuradoria do Município, porque soube que eles estão impedindo o acesso da população a serviços básicos. Esse não é o método de protestar, e vamos tentar sensibilizar esses servidores”, alegou o secretário.