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Ministério Público denuncia irmão de Popó e seis policiais por morte de ex-presidiário

Heliana Frazão<br>Especial para o UOL Notícias

Em Salvador

28/04/2010 11h45

O irmão do ex-campeão mundial de boxe Acelino Popó Freitas, Luís Cláudio Freitas (também ex-pugilista), foi denunciado pelo Ministério Público juntamente com seis policiais. Eles vão responder judicialmente pelo assassinato do ex-presidiário Moisés Magalhães Pinheiro. De acordo com a denúncia, Luís Cláudio teria sido o mandante do crime.

Moisés era amigo do polidor de carros Jônatas Almeida Dantas, que namorava a filha de Luís Cláudio. O relacionamento não contava com a aprovação da família da jovem.

Os policiais acusados são Hamlet Robson Magalhães Escoredo Fernandes, Philiph Gustavo Souza, Arnaldo Filho, Julimar Batista, Élcio Carvalho e Antoniel Conceição, que ainda permanecem em atividade. Procurados pelo UOL Notícias, os acusados preferiram não comentar o caso.

Conforme o capitão Marcelo Pita, coordenador de Comunicação Social da Polícia Militar, os policiais foram submetidos a um Inquérito Policial Militar, encerrado neste mês. A investigação interna, segundo Pita, “opinou pelo indiciamento, tendo vislumbrado como sendo dos acusados a titularidade e materialidade do crime”.

Após o encerramento do inquérito, a Polícia Militar abriu um Processo Administrativo Disciplinar, que analisa a possibilidade de permanência ou não dos acusados na corporação.

Para justificar a denúncia, a promotora de Justiça Isabel Adelaide de Andrade Moura disse que as provas indicam o envolvimento efetivo dos policiais no crime. Um dos fortes indícios citados por ela é o fato de, no dia do ocorrido, Luís Cláudio ter mantido contatos telefônicos com o policial Hamlet Escoredo.

Popó chegou a ser investigado por suposto envolvimento, intimado a prestar depoimento, mas o inquérito policial, conduzido pela titular da Delegacia de Homicídios, Francineide Moura, concluiu que não havia provas contra o ex-boxeador. Luís Cláudio Freitas também disse que o irmão é inocente.

O crime
Após desentendimentos com a família em decorrência do namoro com Jônatas, a filha de Luís Cláudio, de 17 anos, saiu da casa dos pais para morar com o namorado. Preocupado com a situação da sobrinha e afilhada, Popó confirmou, em depoimento à polícia, que foi até a casa de Jônatas buscar a jovem, mas negou ter feito qualquer tipo de ameaça, conforme afirmado por Jônatas.

Horas depois de a adolescente ter voltado para a casa da família, Jônatas e Moisés teriam sido sequestrados supostamente por Hamlet e Antoniel, que tiveram a ajuda de outros três homens ainda não identificados, ainda de acordo com o inquérito. Consta nos autos que, durante a ação criminosa, os suspeitos pronunciaram diversas vezes o nome da filha de Luís Cláudio.

As duas vítimas teriam sido levadas para uma área deserta da cidade, próxima à Estrada Velha do Aeroporto. Jônatas conseguiu escapar, saltando de uma ribanceira, mas o corpo de Moisés foi encontrado no dia seguinte no local, com perfurações à bala.

De acordo com a denúncia do Ministério Público baiano, os outros quatro policiais militares denunciados estavam presentes à cena do crime. A investigação apontou Hamlet Robson como autor dos disparos.