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Izaura Miranda assume comando da Secretaria Nacional de Justiça após exoneração de Tuma Jr.

Camila Campanerut<br> Do UOL Notícias<br> Em Brasília

14/06/2010 13h39

Tuma Júnior é exonerado

Lula Marques/Folhapress
O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, encaminhou nesta segunda-feira (14) ao Planalto o ato de exoneração. Tuma Júnior (f) responde a três procedimentos apuratórios junto à Comissão de Ética da Presidência da República, junto ao próprio ministério e à Polícia Federal. Em nota, o ministério destaca os "relevantes trabalhos" prestados por Tuma Júnior à frente da Secretaria Nacional de Justiça.

Com a exoneração de Romeu Tuma Júnior do cargo de Secretário Nacional de Justiça, Izaura Maria Soares Miranda assume o comando da pasta. Ela já estava interinamente no cargo desde que Tuma Jr. tirou 30 dias de férias para preparar a defesa dele, em 11 de maio.

Miranda  já foi coordenadora de gabinete, assessora especial e também atuou como diretora do Departamento de Estrangeiros da Secretaria Nacional de Justiça. Como o cargo é político, o ministério pode indicar outra pessoa para a função.

A confirmação da saída de Tuma Jr. ocorreu por meio de nota divulgada nesta segunda-feira (14) pelo ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, sob alegação de que “estando fora do cargo que atualmente ocupa, Tuma Jr. poderá melhor promover sua defesa”.

Tuma Jr. é investigado pela Polícia Federal (PF), pela Comissão de Ética da Presidência da República e pelo próprio Ministério da Justiça por suposta ligação com Li Kwok Kwen, conhecido como Paulo Li, preso no ano passado junto com mais 13 pessoas sob acusação de formação de quadrilha e descaminho.

O grupo movimentava cerca de R$ 1,2 milhão por mês com a pirataria em São Paulo e no Nordeste, segundo estimativas da Polícia Federal.

Segundo a assessoria de imprensa do ex-secretário, Tuma Jr. considerou a exoneração uma injustiça, e disse que não cometeu nenhum tipo de irregularidade. Agora, ele vai se dedicar à sua defesa e pretende analisar se entra com um processo contra os veículos de comunicação que vazaram apenas parte do inquérito.

De acordo com a assessoria, Tuma Jr. acredita que se o documento tivesse sido divulgado por completo ficaria público que ele não tem relação com os atos ilegais cometido pelo amigo Paulo Li. 

De acordo com denúncia do jornal o Estado de S. Paulo, Tuma Jr. pedia produtos como celulares, computadores e videogames para o negociador chinês e em troca facilitava o contrabando de produtos chineses para o Brasil e providenciava vistos para imigrantes chineses que estavam em estado ilegal no país.

Até cerca de 14h, Tuma Jr. continuava em seu gabinete dentro do Ministério da Justiça. Procurado pelo UOL Notícias, o senador Romeu Tuma (PTB-SP), pai do ex-secretário, disse que não tinha conhecimento da exoneração do filho.