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Comunidade quilombola é resgatada de enchente em Alagoas

Comunidade quilombola do povoado de Muquém é resgatada em Alagoas - Victor Guerra/Divulgação
Comunidade quilombola do povoado de Muquém é resgatada em Alagoas Imagem: Victor Guerra/Divulgação

Carlos Madeiro

Especial para o UOL Notícias<br>Em Alagoas

23/06/2010 18h08

A Defesa Civil de Alagoas encontrou na tarde desta quarta-feira (23) a comunidade quilombola do povoado de Muquém, com cerca de 50 pessoas, que foi dada como desaparecida desde sábado em União dos Palmares. Os moradores, que tiveram suas casas destruídas, estavam na região a próxima onde moravam. Ninguém se feriu.

"Eles passaram a noite de sexta-feira e manhã de sábado em cima de duas jaqueiras, porque não tinham mesmo onde se abrigar no local. Eles estavam sem comida e sem água, isolados por terra. Levamos mantimentos para eles. Como a comunidade é isolada, e ficava à beira do rio, todos da cidade deram eles como desaparecidos", afirmou o secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Alex Gama.

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Nesta tarde, a Defesa Civil divulgou um novo boletim com dados sobre os estragos das enchentes e informou que já são 28 cidades atingidas pelas enchentes no Estado. O total de mortos, incluídos os de Pernambuco, é de 45. Foram incluídos na lista os municípios de Ibateguara e Campestre.

O número de mortos no Estado (29) e desaparecidos (607) permaneceram inalterados em relação ao último boletim, divulgado na noite desta terça-feira. Os números de desabrigados e desalojados chegou a 74.515 nesta quarta. Já a quantidade de pessoas afetadas pelas enchentes saltou para 181.020.

Operações de resgate
Segundo o Corpo de Bombeiros, as ações se dividem em atendimento aos desabrigados, entrega de donativos e busca por corpos. "Estamos tentando fazer essa localização por meio de um helicóptero e, ao encontrarmos, usamos cães farejadores para nos auxiliar na localização exata", informou o major Carlos Burity, que coordena as operações de busca, que se concentraram na região do Vale do Mundaú, com o maior número de desaparecidos.

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Cerca de 500 homens do Corpo de Bombeiros e 200 do Exército participam das operações, que contam também com o apoio de militares de Sergipe, São Paulo e Rio de Janeiro e de integrantes da Aeronáutica e Marinha.

Segundo a Defesa Civil, a maior dificuldade é conseguir caminhões para entrega dos donativos. Por isso, há um apelo para que empresários alagoanos cedam veículos para ajudar nas ações. Até o momento, já foram distribuídas 5.200 cestas básicas.

Muitas cidades permanecem sem fornecimento de água potável e energia elétrica. A Eletrobras informou que quatro municípios estão às escuras. A previsão é que até o dia 25 todos sejam religados, pelo menos parcialmente. Já a Companhia de Saneamento de Alagoas disse que oito cidades ainda possuem problemas no abastecimento e só são atendidas por meio de carros-pipa.

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