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Advogado de defesa afirma que vai ao STF para conseguir acesso a inquérito do caso Bruno

Rayder Bragon<br>Especial para o UOL Notícias

Em Belo Horizonte

11/07/2010 20h04

O advogado Zanone Júnior, um dos defensores do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como “Bola” e acusado pela Polícia Civil de Minas Gerais de ser o executor de Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro Bruno Souza, disse neste domingo (11) que vai entrar com pedido no STF (Supremo Tribunal Federal) nesta segunda-feira (12), caso não consiga ter acesso ao inquérito da polícia sobre o cliente. Segundo ele, essa formalidade tem sido negada até o momento pelos responsáveis da investigação.

“Eu vou tentar mais uma vez amanhã com o delegado (Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigações de Minas Gerais). Se não conseguir, vou entrar com uma reclamação no Supremo (Tribunal Federal). Nós vamos tentar uma liminar”, disse.

De acordo com Júnior, que faz parte da equipe de Ércio Quaresma, advogado de defesa de Bruno, de Luiz Henrique Romão (o “Macarrão”), da esposa do atleta, Dayanne de Sousa, e de outros três presos, o colega deverá fazer o pedido sem tentar mais uma vez falar com o delegado. “A paciência dele está acabando”, disse. A reportagem do UOL Notícias tentou entrar em contato com Quaresma ao longo deste domingo, mas não obteve sucesso.

Em relação ao pedido de habeas corpus na tentativa de liberar “Bola", o advogado disse que deverá fazê-lo amanhã. Aparecido está preso na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, juntamente com Bruno, os amigos do goleiro Luiz Henrique Romão (o “Macarrão”), Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza (o “Coxinha”), além do administrador do sítio do jogador localizado na cidade de Esmeraldas (região metropolitana de BH), Elenílson Vítor da Silva.

Ainda de acordo com Júnior, os pedidos deverão ser feitos de forma individual pela equipe de advogados. 

Peritos

Zanone Júnior disse que o perito George Sanguinetti se ofereceu para ajudar na defesa dos acusados pelo desaparecimento de Eliza Samudio. Júnior havia anunciado ontem que pretendem estabelecer uma "investigação paralela" no caso. Para tanto, vão montar uma equipe de peritos para acompanhar as investigações, principalmente em relação ao material colhido nos locais investigados pela polícia civil e os que ainda porventura possam ser recolhidos ao longo da investigação.

A ideia é requerer parte do material em poder da polícia, por exemplo, as amostras de sangue encontradas na Land Rover, modelo Range Rover, do goleiro Bruno. O laudo dos peritos da Polícia Civil mostrou que o sangue é de Eliza Samudio. O carro, segundo a investigação, serviu para levar Eliza do Rio de Janeiro para Minas Gerais, no início do mês passado.

As amostras seriam periciadas por essa equipe e serviriam como contraprova aos laudos emitidos pela investigação oficial feita pela polícia.