Defesa diz que acusado de matar Sabotage foi coagido pela polícia
O julgamento de Sirlei Menezes da Silva, acusado de matar o cantor de rap Mauro Mateus dos Santos, o Sabotage, recomeçou nesta terça-feira (13) no 1º Tribunal do Júri do Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, com os debates entre acusação e defesa. Em clima tenso, a Promotoria e a Defensoria Pública usaram o ataque como armas para convencer os jurados.
O promotor de justiça Carlos Talarico destacou o envolvimento do réu com o tráfico de drogas e a tentativa dele e de seu grupo para controlar os pontos de venda de entorpecentes na favela da Paz.
O defensor público Marcelo Carneiro Novaes afirmou que seu cliente foi forçado e coagido pela polícia a confessar o crime. “O exercício da defesa não estava garantido e meu cliente não estava acompanhado de advogado”, afirmou o defensor.
“Não afirmo que houve tortura, mas a confissão deve ser livre e ele estava algemado”, disse o defensor público. Novaes ainda destacou que a arma apreendida com Sirlei, quando ele foi preso em dezembro de 2004, não passou por perícia.
Seguindo a estratégia apresentada no depoimento do réu, realizado ontem, a defesa mostrou um ofício do Instituto Brasileiro de Combate ao Câncer, que comprova que a mãe de Sirlei foi internada no dia 23 de janeiro de 2003, um dia antes do crime.
No depoimento no Tribunal do Júri, Sirlei disse que passou a manhã do dia do crime na zona leste de SP, para visitar a mãe que estava doente. A defesa ainda sustenta que seu cliente não tinha envolvimento com o tráfico de drogas.
Depois do embate entre acusação e defesa, o julgamento teve uma pausa para o almoço. A acusação pode voltar a usar mais uma hora de réplica. Se fizer isso a defesa tem o mesmo tempo de tréplica.
Depois disso, o julgamento entra em sua fase final, com a preparação dos quesitos, que envolve a juíza, o promotor e o defensor público. Os jurados se retiram do plenário e vão à sala secreta para votar os quesitos. No fim, a juíza apresentara a sentença de condenação ou absolvição do réu. A previsão é de que o julgamento termine ainda hoje.
Histórico
O crime aconteceu em 24 de janeiro de 2003, na avenida Abraão de Morais, no bairro da Saúde (na zona sul de São Paulo). A vítima levou quatro tiros: dois na coluna cervical, um na mandíbula e um próximo ao ouvido, foi levado ao hospital ainda vivo, mas não resistiu.
O réu é acusado de homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e meio que dificultou a defesa da vítima) e está preso há quase cinco anos.
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