Termina rebelião em presídio de São Luís (MA); 18 morreram
A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão confirmou nesta terça-feira (9) o fim da rebelião no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA). O motim, iniciado na segunda-feira (8), terminou por volta de meio-dia de hoje. Ao todo, 18 pessoas morreram --todos eram presos e três deles foram decapitados. Os cinco agentes penitenciários mantidos reféns foram liberados. Os líderes da rebelião podem ser transferidos para presídios federais.
Durante a rebelião o governo confirmava apenas nove mortos, mas assim que o motim terminou, e os agentes entraram no complexo, outros nove corpos foram encontrados. Quinze mortes foram registradas no anexo 3, conhecido como presidio São Luís, e três na penitenciária de Pedrinhas.
A falta de água no presídio e disputas entre grupos rivais foram alguns dos motivos apontados como as causas da rebelião --a maior já ocorrida no complexo Penitenciário de Pedrinhas, situado na BR 135, próximo à entrada da capital maranhense.
O tumulto começou por volta das 9h da segunda-feira (8), quando presos do anexo 3 renderam um agente, tomaram sua arma e o alvejaram com dois tiros. O agente foi transferido para um hospital da capital. Seu estado de saúde é grave, mas ele não corre risco de morte.
Depois disso, detentos da cidade de Imperatriz e da região da baixada maranhense começaram a brigar com presos da cidade de São Luís que dividiam o mesmo espaço. O anexo 3 tem capacidade para aproximadamente 100 detentos, mas cerca de 200 estavam no local.
Um dos pedidos feitos pelos presos era a saída do cargo do diretor geral da penitenciária, Luis Henrique Sena de Freitas. Os detentos também exigiram a transferência dos detentos de Imperatriz para sua cidade natal, além de melhorias no fornecimento de água e comida.
As negociações eram mediadas pela Polícia Militar, Ordem dos Advogados do Brasil seccional Maranhão (OAB-MA) e Sociedade Maranhense de Direitos Humanos desde ontem. No início da manhã de hoje, elas foram reiniciadas e os detentos resolveram liberar dois dos cinco reféns. Por volta do meio-dia, os demais reféns foram soltos e a PM entrou no presídio. O pastor carioca Marcos Pereira, especialista em negociação em presídios, veio do Rio de Janeiro para participar das negociações.
Com o fim da rebelião, os presos foram levados para o pátio enquanto as equipes vistoriavam as celas na busca de objetos e armas.
Há uma semana, programas policiais, veiculados em rádios de São Luís, alertavam para o risco de uma rebelião em Pedrinhas e retratavam um clima de inquietação dentro do complexo.
O presídio tem um longo histórico de rebeliões. Em janeiro de 2001, foi realizado aquele que era tido como o pior dos motins no local: na ocasião, três presos foram mortos --um deles, decapitado.
*Com informações da Agência Estado
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