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Acusados de matar e esquartejar irmãos vão a júri popular em Ribeirão Pires

Especial para o UOL Notícias

Em Ribeirão Pires (SP)

15/12/2010 11h15

Começou por volta das 10h45 desta quarta-feira (15), em Ribeirão Pires (região metropolitana de São Paulo), o julgamento do segurança João Alexandre Rodrigues, de 32 anos, acusado de matar e esquartejar com a ajuda da mulher, Eliana Aparecida Antunes Rodrigues, de 36 anos, os dois filhos dele. Os meninos, de 12 e 13 anos, foram assassinados em 5 de setembro de 2008.

O pai e a madrasta são acusados de matar e queimar os corpos dos adolescentes.

O júri está sendo presidido pelo juiz José Wellington Bezerra da Costa Neto. O conselho de sentença é formado por sete mulheres. O Ministério Público apresentou cinco testemunhas, mas desistiu de uma. A defesa arrolou oito testemunhas, cinco do segurança João Alexandre e três da sua mulher, Eliana.

O júri havia sido marcado para o último dia 23 de novembro, mas foi adiado porque o advogado Reynaldo Fransozo Cardoso, que representa João Alexandre Rodrigues não apareceu. O defensor alegou que sua mulher estava doente.

O Ministério Público denunciou o casal por homicídio quadruplamente qualificado, ocultação e destruição de cadáver e fraude processual. Os dois estão presos.

De acordo com a promotoria, antes da morte das crianças o casal já havia sido julgado e condenado por torturá-las.

Crime chocante

O crime chocou a opinião pública. Os pedaços dos corpos dos meninos foram espalhados nas proximidades da casa em que moravam.

Funcionários de uma empresa de coleta de lixo encontraram parte de um corpo dentro de um dos sacos que estavam no caminhão, por volta de 0h15 do dia seguinte ao do crime, em 2008.

Com os trabalhos de busca na caçamba do caminhão, outras partes parcialmente carbonizadas, misturadas a outros objetos.

Segundo a polícia, Eliana disse na delegacia que seu marido havia asfixiado os filhos com sacos plásticos e ateado fogo nos corpos. Ela contou aos policiais que auxiliou o marido a cortar os corpos com uma foice. Ela teria dito também ter colocado as partes em sacos de lixo, que foram distribuídos pelas ruas do bairro.

João Alexandre foi preso no local onde trabalhava. A polícia fez o pedido de prisão preventiva para os dois. Em seguida, foi solicitada perícia para a casa onde viviam.

De acordo com informações do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) divulgadas na época do crime, o histórico do pai e da madrasta dos meninos era de rejeição e abandono. Foram registrados dois boletins de ocorrência, um em 2005, de abandono, e outro em 2007, de desaparecimento e