Conteúdo publicado há 5 meses

Dona de clínica capilar é presa por exercício irregular da medicina

Uma farmacêutica de 37 anos, dona de uma clínica de transplante capilar em Muriaé (MG), foi presa por exercício irregular da medicina.

O que aconteceu

A Polícia Civil de Minas Gerais deflagrou a Operação Rapunzel para fazer buscas e apreensões na clínica na quarta-feira (3). A farmacêutica Lúcia Felippe Janot Marinho e duas técnicas de enfermagem foram presas por exercício irregular da medicina —ambas foram liberadas após se comprometerem a comparecer em juízo. A polícia também enquadrou Lúcia Janot por desacato.

A clínica de transplante capilar tem cerca de 60 mil seguidores no Instagram. O perfil afirma ser "pioneiros no Brasil" e ter feito mais de 5 mil transplantes. "Devolvemos sua vontade de se olhar no espelho", registra a clínica.

A página pessoal da farmacêutica mantém 2 mil seguidores. "Sem fronteira para fazer melhor!", escreveu Lúcia Janot em sua biografia na rede social. "Medicina sempre!"

Quando a polícia chegou à clínica, um homem passava por um transplante capilar. O procedimento era feito por duas mulheres que se identificaram como técnicas de enfermagem. Segundo a polícia, a proprietária informou que não havia um médico na supervisão.

O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi chamado para avaliar a saúde do paciente. Uma médica também foi ao local "para finalizar o procedimento de forma segura", de acordo com a Polícia Civil.

Acionada, a Vigilância Sanitária de Muriaé apreendeu medicamentos, incluindo alguns de prescrição controlada. O órgão interditou a clínica por irregularidades administrativas e falta de alvará de funcionamento.

A Operação Rapunzel apreendeu celulares, equipamentos eletrônicos, documentos e aproximadamente R$ 17 mil em dinheiro vivo na clínica. A polícia ouviu funcionários e a investigação está em andamento.

A Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas informou ao UOL que a farmacêutica foi levada à penitenciária José Edson Cavalieri, em Juiz de Fora, na manhã de quinta-feira (4). "No fim da tarde do mesmo dia, ela foi desligada do sistema prisional ao receber liberdade provisória com fiança", registrou a pasta.

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O crime de exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica está previsto no artigo 282 do Código Penal. A lei prevê uma pena de detenção de seis meses a dois anos. "Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa", determina a legislação.

O UOL está tentando localizar a defesa das investigadas. O espaço está aberto para manifestação.

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