Em clima de funeral, moradores de São José do Vale do Rio Preto (RJ) acreditam em dádiva por terem sobrevivido
As pontes estão destruídas. As casas estão desmoronadas e o trabalho de reconstrução parece um eterno enxugar gelo. “A gente nem sabe por onde começar”, resumia um voluntário que retirava lodo de um antigo mercado. Os casebres estão repletos de lama até o teto. Móveis, alimentos e carros estão lançados pelas calçadas.
Funcionários das concessionárias tentam religar a luz nos postes. A maioria da cidade ainda não tem luz. Dos que sobreviveram à tragédia, a indignação é completa. “Não caiu um pingo aqui. Choveu durante a madrugada, mas de manhã nada. A água veio tudo de cima”, explicava João Eugênio do Nascimento, proprietário de um bar no posto do Tininho, centro da cidade.
Como ele lembra, uma espécie de tsunami tomou conta da região. “Não dá para imaginar o que tinha de carro passando. Tinha muito automóvel, muito. Era geladeira, fogão. E nem vou falar de corpos”, afirmava.
O número de mortos ainda é incerto. Foram achados cerca de dez corpos em São José, mas eles teriam vindo de outras regiões.
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