Polícia investiga morte de publicitário que sumiu após ir a sauna gay em SP
A Polícia Civil investiga a morte de um publicitário de 23 anos dado como desaparecido após sair de uma sauna gay localizada no Largo do Arouche, na região central de São Paulo. Ao UOL, o estabelecimento negou que tenha relação com a morte do rapaz.
O que aconteceu
Yuri Castro desapareceu após sair do Hotel Chilli na madrugada de segunda-feira (22). O boletim de ocorrência aponta que ele foi resgatado por uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) na rua General Osório, na região da Santa Ifigênia, também no centro da cidade. A distância entre a sauna e a rua onde o publicitário foi encontrado é de aproximadamente 900 metros.
O jovem foi levado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Vergueiro, no bairro da Liberdade, também no centro. Não há informações sobre como o rapaz foi encontrado pelo resgate, nem qual a causa da morte dele.
O corpo de Yuri foi identificado pela família dele no IML (Instituto Médico Legal) na quarta-feira (24). O publicitário deve ser enterrado na sexta-feira (26).
Todas as circunstâncias da morte do publicitário são investigadas pelo 3º Distrito Policial (Campos Elíseos). Exames periciais foram solicitados e serão analisados pela polícia após a finalização, informou a SSP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo ao UOL.
O caso do desaparecimento e morte de Yuri gerou reações nas redes sociais. Alguns relatos apontam suposições sobre o que teria ocorrido e, inclusive, citam desaparecimentos de homossexuais no centro da capital. Procurada pelo UOL, a Polícia Civil afirmou que o único caso investigado no centro é o de Yuri e pediu que pessoas que tenham outras denúncias façam o registro da ocorrência.
Segurança de sauna relatou 'fuga' de cliente
Um áudio de um segurança da sauna, enviado para a gerência do estabelecimento, narra o que teria ocorrido. Na versão dele, Yuri disse a um funcionário que estava sendo perseguido na sauna e que teria acionado a polícia. O áudio foi divulgado primeiramente pela BandNews FM e obtido pelo UOL.
Minutos depois, Yuri teria corrido até o Terminal Amaral Gurgel. Um segurança da sauna foi atrás dele e o abordou junto com um vigia do terminal, que fica a cerca de 400 metros do Hotel Chilli.
Segurança da sauna disse que o cliente tinha dívida de aproximadamente R$ 700 no local. No áudio, ele relatou que segurou Yuri pelo pescoço e pelo braço para conduzi-lo de volta até o estabelecimento. O homem afirma que, já próximo ao local, o cliente se tornou "agressivo e transtornado", causando um confronto físico entre ambos, no qual foi derrubado. Ele alega ainda ter conseguido segurar o roupão de Yuri, que tirou a peça e correu novamente, deixando o celular e chave do quarto para trás.
Em áudio, o funcionário ainda disse que o hotel teria um "procedimento" caso o cliente não pagasse. Ao UOL, Douglas Drumond, proprietário do estabelecimento, afirmou que a sauna faz "pressão" para os funcionários ficarem atentos em seus postos e impeçam que devedores deixem o local. Porém, negou que os empregados sejam cobrados pelas dívidas de clientes.
Proprietário de sauna nega que segurança tenha agredido o cliente
O estabelecimento negou que tenha relação com a morte do rapaz. Ao UOL, Douglas disse que o cliente não foi tratado de forma violenta, como apontado por algumas postagens nas redes sociais. Segundo o proprietário da sauna, Yuri era cliente do local.
Douglas disse que o Instagram do estabelecimento foi bloqueado e afirmou que está sendo chamado de "assassino". Ele relatou que prestará depoimento à polícia e encaminhará as imagens das câmeras de segurança da sauna e a lista de quem estava com Yuri no local.
O proprietário ainda lamentou a morte do jovem. "Estamos muito tristes com o falecimento do Yuri. Desejamos aos amigos e familiares, os nossos mais sinceros sentimentos", finalizou Douglas.
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