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Advogado pede liberdade condicional para Cacciola

Fabiana Uchinaka<br> Do UOL Notícias

Em São Paulo

01/02/2011 14h32Atualizada em 01/02/2011 14h36

Depois que a Justiça concedeu a Salvatore Alberto Cacciola o direito à progressão para o regime semiaberto, o advogado do ex-banqueiro, Manuel de Jesus Soares, pediu na noite desta segunda-feira (31) liberdade condicional para que seu cliente.

Anteriormente, Soares havia dito que pediria o benefício da visita periódica ao lar, que permite que o preso fique em liberdade durante o dia e volte para a cadeia à noite. Com a liberdade condicional, Cacciola pode receber a liberdade antes do fim da pena. O pedido será analisado pela juíza Roberta Barrouin Carvalho de Souza, da Vara de Execuções Penais do Rio.

Por enquanto, o ex-banqueiro não deixa imediatamente a prisão. A progressão de regime foi concedida na quinta-feira (27) pela mesma juíza.

Cacciola cumpre pena no presídio de segurança máxima Bangu 8, na zona oeste do Rio de Janeiro, desde 2008. Ele foi condenado a 13 anos de prisão em 2005, pela prática de vários crimes contra o sistema financeiro, entre eles peculato e gestão fraudulenta. Com a progressão da pena, ele passa a ter direito a outros benefícios.

Histórico

Em 1999, Cacciola era o então presidente do Banco Marka, que comprometido com a desvalorização cambial da época (a instituição apostou na estabilidade do dólar e tinha 20 vezes o seu patrimônio líquido comprometido em contratos de venda no mercado futuro da moeda norte-americana), quebrou e pediu "socorro" ao Banco Central.

Alegando que o fato provocaria uma crise sistêmica no mercado, o Banco Marka recebeu o tal "socorro" do BC, juntamente com o banco FonteCidam, e vendeu dólares abaixo da cotação de mercado para que os bancos não quebrassem. Tal fato causou um rombo nos cofres públicos na ordem de R$ 1,5 bilhão.

Julgado pela Justiça do Rio de Janeiro, Cacciola foi condenado pelos crimes de peculato e gestão fraudulenta. Beneficiado por habeas corpus e usando a sua dupla-cidadania (italiana), Cacciola foi para o exterior e foi considerado foragido pela Polícia Federal.

Em setembro de 2007, o ex-banqueiro foi preso em Mônaco, após uma vistoria de rotina da Interpol --a pedido da PF brasileira. Ele foi preso e, em julho de 2008, acabou sendo extraditado para o Brasil, onde desde então cumpre pena no presídio de Bangu 8.

Em novembro de 2008, o TRF manteve por unanimidade a condenação de Cacciola a 13 anos de prisão proferida em outubro de 2005.

Em abril deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou, por oito votos a um, pedido feito pela defesa para que ele respondesse em liberdade ao processo, mas concedeu a ordem para o juiz da execução penal avaliar a possibilidade de ele cumprir a pena em regime semiaberto.