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Polícia ainda procura 24 foragidos em SC; agente afastado nega ter facilitado fuga

Léo Pereira<BR>Especial para o UOL Notícias<BR>Em Florianópolis

10/02/2011 14h57

A polícia mantém as buscas pelos foragidos da Penitenciária Estadual de Florianópolis após a maior fuga em massa do sistema carcerário registrada em Santa Catarina. Até o momento, 24 presos ainda estão foragidos, dos 79 que escaparam no fim de tarde da última segunda-feira (7).

O comandante do Batalhão de Choque da PM, tenente-coronel Newton Ramlow, admite a dificuldade em encontrar os presos.

“Acreditamos que aqueles que ainda não foram pegos conseguiram se articular de forma mais estratégica, ganhando suporte de alguém da família ou de pessoas ligadas ao crime”, comentou Ramlow. Ele alerta que quem for flagrado dando guarida aos fugitivos pode ser indiciado.

A Agência de Inteligência da Polícia Militar monitora áreas onde os foragidos possam estar escondidos, checando informações dos locais onde moram os familiares ou onde os suspeitos praticavam os crimes, antes de serem presos. A procura se estende agora também a outras cidades catarinenses.

Porém, a preocupação é com os 80 policiais da Grande Florianópolis envolvidos na operação, já que também há o policiamento ostensivo nessa época de verão, principalmente nas praias.

“Há um desgaste do grupo, que trabalha incansavelmente desde segunda-feira. Porém, isso é inerente à vida do policial militar. A missão é difícil, mas vamos conseguir recapturar todos”, declarou Ramlow.

Agente afastado nega ter facilitado fuga

O Departamento de Administração Prisional de Santa Catarina (Deap) abriu uma sindicância para verificar os motivos que levaram à fuga em massa. Por enquanto, a hipótese apontada é de falha no procedimento dos dois agentes, que foram afastados preventivamente. A investigação deve ser concluída em 30 dias.

Um dos agentes prisionais, em visita à sede do Sindicato dos Servidores do Serviço Público Estadual, em Florianópolis, negou ter havido facilitação ou corrupção para que ocorresse a fuga. Os dois funcionários devem ser ouvidos pela Corregedoria da Secretaria de Justiça e Cidadania, em data ainda não definida.

Segundo depoimento dos internos recapturados à Corregedoria, eles se aproveitaram de portas de celas abertas, no momento do jantar, para render os agentes com o cabo de uma escova de dente. O Deap nega que haja problemas de segurança na Central de Triagem e prometeu mudanças, como o aumento no número de agentes.