Novo quebra-quebra em Rondônia destrói todo o canteiro da maior obra do país
Um novo quebra-quebra na manhã desta quinta-feira (17) destruiu toda a estrutura de um dos dois canteiros de obra da usina de Jirau, no rio Madeira, em Rondônia, a maior obra em construção do país, conduzida com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Mais de 20 mil operários trabalham na obra, que deve ser entregue em março de 2012 e custará aproximadamente R$ 11 bilhões.
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Ontem, segundo a Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec), os trabalhadores já haviam queimado 45 ônibus, 15 carros de passeio, 35 alojamentos e outras 30 instalações do canteiro localizado na margem direita do rio. Hoje pela manhã, o que havia sobrado também foi destruído, mesmo com a presença de policiais.
De acordo com o órgão, os 10 mil operários do canteiro deixaram o local rumo a Porto Velho, que fica a 145 km. O estopim da revolta teria sido uma briga entre um motorista de ônibus com um funcionário do empreendimento por volta de 18h20 (horário de Brasília) de ontem, segundo a Sesdec. A partir daí, pelo menos 50 trabalhadores começaram a depredar as instalações do canteiro.
Ainda de acordo com a secretaria, os protestos se espalharam para o outro canteiro de obras, que fica na margem esquerda do Rio, nesta manhã. Ontem, foram deslocados para o canteiro da margem direita 100 policiais militares, 36 bombeiros, oito policiais civil, dois policiais federais e dois helicópteros. As polícias enviaram reforço nesta quinta-feira. Pelo menos 31 pessoas foram detidas.
Os trabalhadores se queixam das condições de trabalho oferecidas na obra e exigem aumento salarial. Acusam ainda o consórcio ESBR (Energia Sustentável do Brasil) --formado pelas empresas Chesf, Eletrosul, Suez e Camargo Corrêa--, responsável pela obra, de não oferecer infraestrutura adequada para tratar um surto de malária que atinge o canteiro de obras.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que acompanha as obras em Jirau, afirma que as empresas construtoras da usina foram denunciadas no relatório de violação dos direitos humanos elaborado pela Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana --órgão subordinado à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República-- no final de 2010.
Entre as irregularidades apontadas no relatório, estão as más condições de trabalho a que os operários estariam sendo submetidos nas obras.
Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Camargo Corrêa afirma que hoje retirou os trabalhadores da obra por questões de segurança e que "não há qualquer reivindicação trabalhista no empreendimento".
"As cenas de destruição são resultado da ação de vândalos, que agiram criminosamente", diz o texto. A empresa não sabe o motivo que levou o grupo de trabalhadores a destruírem as instalações da obra.
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