Três cidades do Pará concentram cerca de 2.500 desabrigados devido às chuvas
Sandra Rocha<br>Especial para o UOL Notícias<br>Em Belém
17/03/2011 16h33
Cerca de 2.500 pessoas estão desabrigadas, em três municípios do Pará, por causa da cheia do rio Tocantins. As chuvas também fizeram subir o nível do lago que forma a Usina Hidrelétrica de Tucuruí, no sudeste paraense, obrigando a Eletronorte a abrir as comportas da UHT.
O nível da represa que forma a usina hidrelétrica está a meio metro do nível de segurança, de 74 metros. Diante dessa situação, as comportas foram abertas e a água em excesso escorreu para o rio, seguindo o fluxo normal.
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Segundo a Eletronorte, a abertura das comportas é realizada todos os anos devido o período chuvoso. Portanto, elas ficarão abertas até que o volume de chuvas volte ao normal na região Norte. A previsão da meteorologia é que isso ocorra em maio.
Em Tucuruí, 660 pessoas foram atingidas pelas cheias. Dessas, 209 não tinham para onde ir e foram transferidas para um abrigo. Outras 123 estão abrigadas em casas alugadas ou de familiares, enquanto 328 simplesmente deixaram os imóveis.
O monitoramento feito pela Defesa Civil Estadual aponta que o nível do rio Tocantins, em Tucuruí, saiu de 6,02 metros no dia 1º deste mês para 11,06 no dia 10. Desde então, começou a baixar e, no dia 15, atingiu a marca de 10,40 metros.
A redução do nível do Tocantins também é verificada em Marabá. Desde o início do mês, o nível de alerta, de 10 metros, foi atingido. No dia 9, chegou a 12 metros, o auge, mas no dia seguinte começou o declínio e, no dia 15, marcou 11,63 metros.
O coordenador da Defesa Civil Municipal de Marabá, Joab Pontes, revela que a redução estimulou algumas famílias a planejarem o retorno às áreas alagadas, mas a recomendação é que esperem o mês de maio.
Como as chuvas ainda não cessaram, Pontes considera o retorno precipitado. Ele revelou que 394 famílias (1.970 pessoas) estão vivendo em abrigos há 14 dias e metade delas (190 famílias) morava em bairros do Núcleo Pioneiro, a parte mais alagada da cidade.
Segundo o coordenador, a tendência é que a situação só seja regularizada em maio. Por enquanto, as famílias são mantidas com a ajuda municipal, mas devido à decretação de situação de emergência, o Estado solicitou, esta semana, informações para repassar ajuda ao município.
O balanço da Defesa Civil Estadual aponta, ainda, 79 famílias desabrigadas em Parauapebas, o correspondente a 321 pessoas.
Outras cidades em estado de alerta são Altamira e Itaituba, no sudoeste paraense, atingidas pelas cheias dos rios Xingu e Tapajós, respectivamente.