Quase 70% dos municípios são abastecidos por companhias estaduais, aponta Atlas das Águas
O Atlas Brasil de Águas Urbanas lançado nesta terça-feira (22) pela ANA (Agência Nacional de Águas) constatou que em 69% dos municípios brasileiros os serviços de abastecimento de água --entre os quais, produção e distribuição--são executados por companhias estaduais de saneamento. De todos os Estados, apenas o Mato Grosso não dispõe de um órgão do tipo, de modo que todos as cidades do MT são abastecidos por serviços municipais ou empresas privadas.
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Nas cidades atendidas por sistemas municipais, a operação é feita por serviços autônomos estruturados (tais como SAAEs - Serviços Autônomos de Água e Esgotos, ou equivalente), como Campinas (SP), Cuiabá (MT), Porto Alegre (RS) e Rio Branco (AC). No Sul do país e no interior de São Paulo, o Atlas destaca a quantidade de municípios estratégicos atendidos por serviços municipais de saneamento --tais como Caxias do Sul e Pelotas, no Rio Grande do Sul, Blumenau, em Santa Catarina, e Sorocaba, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Piracicaba, Bauru e Jundiaí, em São Paulo.
Segundo a ANA, não há obrigatoriedade de o serviço ser oferecido pelo governo estadual ou municipal, mas o conjunto de sedes urbanas atendidas diretamente por prefeituras é classificado pelos pesquisadores como “um desafio para a garantia da oferta de água no país”: a explicação é que, em geral, estes municípios são de pequeno porte “com capacidade institucional limitada, apesar da simplicidade operacional dos sistemas de abastecimento de água utilizados”.
Conforme os dados do Atlas, o serviço privado é mais presente no abastecimento da região Norte, onde 133 municípios têm essa modalidade, diante de 153 com serviço municipal e 163 com serviço executado por companhia estadual. Já o Nordeste, com 1.448 municípios abastecidos por companhia estadual, não tem nenhuma localidade privatizada em todos os Estados.
Para o superintendente-adjunto de planejamento de recursos hídricos da ANA, Sérgio Ayrimoraes, independente da fonte de fornecimento do serviço, há a necessidade dos governos adotarem o Atlas nas políticas referentes a água e esgoto.
“O Atlas dá uma visão mais integrada para os problemas e aponta soluções que valem para o todo”, disse, para completar: “O mérito é que possibilita também uma visão integrada não apenas do diagnóstico, como do planejamento das ações, e é vantajoso: pelo menos mil municípios são atendidos diretamente pelas prefeituras ou não possuem nenhum órgão estruturado para operar e desenvolver seus projetos. O Atlas pode servir a eles, e não só a eles, como ferramenta de planejamento. De um modo geral, é como se o documento garantisse uma otimização da elaboração dos projetos: em vez de cada município buscar uma visão isolada, a visão de conjunto que o Atlas permite pode servir a consórcios intermunicipais, por exemplo”, concluiu.
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