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Polícia vai fazer acareação com homem que confessou matar irmãs em Cunha (SP)

Rodrigo Machado<BR>Especial para o UOL Notícias<BR>Em São José dos Campos (SP)

12/04/2011 20h39

A Polícia Civil de São Paulo fará uma acareação entre Ananias dos Santos, 27, e sua ex-namorada e enfermeira identificada apenas como Maria José, para esclarecer detalhes sobre a morte das irmãs Josely Oliveira , 16, e Juliana Oliveira, 15, em Cunha (231 km de São Paulo). A acareação deve mostrar como era a relação entre os suspeitos e a comunicação entre os dois.

Em depoimento à polícia nesta terça-feira (12), Ananias confessou pela segunda vez ter matado as irmãs. Ele manteve a mesma versão dada ontem após retornar do local onde a arma usada no crime, uma espingarda calibre 22, foi encontrada. Ele ainda citou detalhes e contou como foram os minutos antes de matar as adolescentes. Um representante do Ministério Público acompanhou o depoimento de Ananias.

Segundo o delegado titular da Delegacia de Cunha, Marcelo Cavalcante, a participação da enfermeira no caso não está descartada. Em um primeiro momento, Maria José teria omitido a informação de que Ananias contou a ela onde os corpos estavam escondidos. Em depoimento, a enfermeira disse que estava com medo do ex-namorado procurá-la.

O delegado ainda não descartou a hipótese de uma segunda pessoa ter ajudado Ananias por conta do tempo e distância de cerca de sete quilômetros percorrida pelo acusado na Estrada da Samambaia após ter rendido as adolescentes.

Na próxima semana, a Polícia Civil fará uma reconstituição do caso.

“Nada que eu fizer trará minhas filhas de volta, espero justiça de Deus”, disse o pai da adolescente, o pedreiro José Benedito de Oliveira, ao UOL Notícias.

Ananias passou a primeira noite na Delegacia de Guaratinguetá isolado em uma cela. As investigações seguem em sigilo. Ele ficará preso na cadeia da cidade até a polícia encerrar o caso.

O crime

As irmãs desapareceram no dia 23 de março e os corpos foram localizados no último dia 28, num matagal a sete quilômetros de onde as estudantes foram vistas pela última vez. Elas foram mortas a tiros: Juliana morreu com quatro tiros e Josely com um tiro no peito e outro na cabeça. Os corpos também tinham sinais de violência. Exames apontaram que ambas não sofreram violência sexual.

Santos, que chegou a entrar na lista dos 25 criminosos mais procurados do Estado de São Paulo, é condenado por roubo, porte ilegal de armas, formação de quadrilha e constrangimento ilegal em Lorena e Cachoeira Paulista, entre 2002 e 2003.

Foragido do Pemano (Centro de Progressão Penitenciária Dr. Edgard Magalhães Noronha), de Tremembé, desde março de 2009, quando recebeu permissão para saída temporária de Páscoa, Ananias era considerado o principal suspeito pela morte das adolescentes.