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Ministério do Trabalho investiga acidente em pedreira na Baixada Santista

Técnicos continuam buscas dos corpos de trabalhadores soterrados na pedreira Max Brita - Carlos Felipe/Futura Press
Técnicos continuam buscas dos corpos de trabalhadores soterrados na pedreira Max Brita Imagem: Carlos Felipe/Futura Press

Felipe Pupo<BR>Especial para o UOL Notícias<BR>Em Santos (SP)

15/04/2011 21h12

A Gerência Regional do Trabalho e Emprego de Santos abriu processo para apurar as causas do acidente de trabalho na pedreira da empresa Max Brita, localizada na área continental de Santos (SP). O desastre aconteceu por volta das 6h da última terça-feira (12), quando um bloco de grandes proporções desmoronou, provocando um deslizamento de terra. Dois trabalhadores –Jucelino Mendonça de Souza, 45, e Walter Santana Holtz, 49– estão soterrados há mais de 80 horas e equipes de resgate trabalham no local.

Na próxima semana, a área será vistoriada por um auditor do Ministério do Trabalho, que também vai ouvir os operários e representantes da empresa.  A investigação do MP vai fazer um levantamento das condições de segurança e saúde existentes na pedreira.  A informação foi confirmada pela gerente regional, Rosângela Mendes Ribeiro Silva, à imprensa local.

Ela afirmou que a conclusão do relatório deve ficar pronta em, no máximo, cinco meses. Após o término da investigação, o documento é encaminhado à Procuradoria da Fazenda Federal, que pode mover uma ação contra a empresa.

Resgate

As buscas pelas vítimas contam com o apoio de cães farejadores. Com isso, foi possível reduzir a área de buscas de 100 mil para 20 mil metros quadrados.

Com o avanço das operações, a equipe concentra esforços para retirar os sedimentos que permanecem no local desde a ocorrência do desabamento. Um levantamento feito pelos técnicos que atuam na área indica que o local do acidente acumula 50 mil  toneladas de material, entre rochas e terra.

“A retirada dos detritos é fundamental para garantir melhores condições de acesso às equipes que atuam no local”, disse o chefe da Defesa Civil de Santos, Daniel Onias.

Para auxiliar o trabalho de resgate, a equipe colocou em operação o magnetômetro, que foi cedido pelo Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT). O equipamento serve para identificar metais escondidos entre pedras ou no fundo do mar.

Mesmo assim, o chefe da Defesa Civil afirmou que não é possível prever quando os trabalhos serão encerrados. “As vítimas podem ser encontradas hoje, daqui uma semana ou um mês. O tempo da operação não pode ser definido no momento”, afirma Onias.

Um provável bolsão de ar, que está sendo procurado por geólogos do IPT, pode ser a esperança de encontrar os trabalhadores com vida. Trabalham no resgate duas equipes do Corpo de Bombeiros, técnicos do IPT e representantes da empresa.