Polícia realiza reconstituição do assassinato de irmãs em Cunha (SP)
Dezenas de homens das polícias Militar e Civil serão mobilizados nesta terça-feira (19), às 8h, para garantir a segurança na reconstituição do assassinato das irmãs Josely Oliveira, 16, e Juliana Oliveira, 15, no bairro Jacuí, na zona rural de Cunha (231 km de São Paulo).
O principal acusado do crime, Ananias dos Santos, 27, preso na madrugada do último dia 11, não participará da reconstituição por orientação do advogado João Ayrosa Rangel, que pediu à Justiça na última quinta-feira um novo depoimento alegando que as declarações do acusado não podiam ser consideradas oficiais. O defensor afirma que seu cliente só assumiu a autoria do crime porque foi torturado por policiais. O pedido foi negado.
A arma usada na morte das adolescentes é a mesma encontrada enterrada na zona rural do bairro Campos Novos, conforme resultado do exame de balística, segundo a Secretaria de Segurança Pública.
O delegado responsável pela investigação, Marcelo Cavalcante, disse que a presença de Santos no local poderia contribuir com a investigação. “Ele não é obrigado a participar, mas preciso dele durante o trabalho na esperança de que o acusado possa abrir a boca informando os detalhes”, disse ao UOL Notícias. “O local já foi estudado junto com o Instituto Criminalístico e a Polícia Militar. Vamos isolar a área para que não haja tumulto entre curiosos e para que o trabalho não sofra interferência.”
A ex-namorada do suspeito, Maria José da Silva, 50, também não participará da reconstituição. Ela prestou depoimento pela quinta vez na sexta-feira passada durante três horas e meia. Segundo Cavalcante, três ligações entre ela e Santos na noite do crime (23 de março) foram registradas entre 20h30 e 22h15.
Ela disse à polícia que havia ligado para contar do desaparecimento das adolescentes e para dizer que estava com medo e queria a companhia dele.
“[Maria José] contou que não se lembrava das outras ligações. Na mesma noite ela foi buscá-lo em sua casa, de carro, diferente do que ela havia dito nos primeiros depoimentos, quando afirmava que ele tinha ido a pé para a sua casa”, afirma o delegado.
Entenda o crime
As irmãs desapareceram no dia 23 de março e seus corpos foram localizados no último dia 28, num matagal a sete quilômetros de onde as estudantes foram vistas pela última vez.
Elas foram mortas a tiros: Juliana morreu com quatro disparos e Josely com um tiro no peito e outro na cabeça. Os corpos também tinham sinais de violência. Exames apontaram, entretanto, que ambas não sofreram violência sexual.
Santos, que chegou a entrar na lista dos 25 criminosos mais procurados do Estado de São Paulo, é condenado por roubo, porte ilegal de armas, formação de quadrilha e constrangimento ilegal em Lorena e Cachoeira Paulista, entre 2002 e 2003.
Foragido do Pemano (Centro de Progressão Penitenciária Dr. Edgard Magalhães Noronha), de Tremembé, desde março de 2009, quando recebeu permissão para saída temporária de Páscoa, Santos era considerado o principal suspeito pela morte das adolescentes.
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