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12% dos dependentes químicos de São Paulo já tiveram contato com o óxi, diz pesquisa

Do UOL Notícias <BR> Em São Paulo

26/05/2011 14h08

Levantamento do Cratod (Centro de Referência em Álcool, Tabaco e outras Drogas), ligado à Secretaria de Estado da Saúde, indica que 12% dos dependentes químicos já tiveram contato com o óxi. Foram entrevistados 92 pacientes, de perfil variado, que passam por tratamento no Cratod, que fica na capital paulista. É primeira pesquisa sobre o óxi em São Paulo.

A maior parte dos entrevistados (65%) afirmaram nunca ter ouvido falar da droga, mas isso não significa que nunca usaram o óxi. “Após notarem que os usuários encontram-se sob o efeito de drogas, os traficantes começam a vender óxi como se fosse crack, já que ele é mais barato. O que notamos é que a maioria das pessoas não busca o consumo deste entorpecente, mas acaba o fazendo sem saber”, diz Marta Jezierski, diretora do Cratod.

De acordo com a Secretaria de Saúde, nenhum dos entrevistados manifestou interesse pelo óxi. Do total, 22% acharam que a droga é pior do que o crack e outros 22% classificaram a droga como devastadora. Na sexta-feira (27), das 9h às 15h, profissionais do Cratod irão distribuir cerca de 1.000 panfletos sobre o óxi durante uma feira de saúde na estação Brás da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

Reportagem do UOL Notícias publicada em 30 de abril mostrou que o óxi já estava circulando no Estado de São Paulo. Na época, o Cratod e as secretarias estadual e municipal de Saúde afirmaram desconhecer a existência da droga em São Paulo e disseram que não havia registros do uso de óxi entre os pacientes em tratamento. Em menos de um mês, já foram realizadas pelos menos oito apreensões de óxi na região metropolitana.

Até o final de abril, havia registros de ocorrência do óxi em 10 Estados --Acre, Amazonas, Pará, Amapá, Rondônia, Goiás, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Piauí, São Paulo-- e no Distrito Federal. Nas duas primeiras semanas de maio, a droga se espalhou para Paraná, Bahia e Rio Grande do Sul. Nos últimos dias, foram registradas apreensões no Tocantins, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Roraima, totalizando 18 unidades federativas.