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Em megaoperação, PM e Força Nacional ocupam Pilar, cidade mais violenta de Alagoas

Aliny Gama e Carlos Madeiro

Especial para o UOL Notícias<br>Em Maceió

03/06/2011 14h53

Cento e vinte homens das polícias Civil e Militar de Alagoas e da Força Nacional de Segurança realizaram uma megaoperação no município de Pilar (AL), a 34 km de Maceió, durante a manhã desta sexta-feira (3). Eles cumpriram 30 mandados de busca e apreensão para desmantelar quadrilhas que atuavam em assassinatos, assaltos e tráfico de drogas na cidade.

A determinação da operação foi do juiz José Eduardo Nobre, da comarca do município. Seis pessoas, entre elas um sargento da PM (Polícia Militar), foram presas em flagrante, por porte ilegal de arma, drogas e veículos roubados. Foram apreendidas na ação três revólveres, três espingardas, drogas e máquinas de jogos clandestinas.

Entre os seis presos está o sargento da PM José Laércio Virgílio dos Santos. Os policiais encontraram na casa dele uma espingarda calibre 32 sem registro. Os demais presos são Alexandre Luiz, Aloísio Batista de Carvalho, Sebastiana França de Oliveira, José Roberto Francisco dos Santos e o filho dele, Jéferson Nascimento dos Santos.

Números de Pilar

  • Reprodução/Google Maps

    População 2010: 33.305 habitantes
    Distância de Maceió: 34 km
    Área da unidade territorial: 249,713 km²
    Densidade demográfica: 133,37 hab/km²

Segundo o Mapa da Violência 2011, do Ministério da Justiça, o município de Pilar, na região metropolitana da capital, é a mais violento de Alagoas e o quinto do país, com taxa de homicídio de 110 assassinatos para cada 100 mil habitantes. A média nacional é de 25 para cada 100 mil.

A operação

A concentração para a operação ocorreu em Maceió, por volta das 3h da manhã. Os policiais fecharam os acessos à cidade e ocuparam inteiramente a parte urbana de Pilar, a fim de evitar fugas. Ao todo, 35 viaturas - 31 da PM e quatro da Força Nacional -- foram utilizadas.

O comandante do Policiamento da Capital, coronel Gilmar Bating, informou que vinha investigando a atuação de quadrilhas na cidade havia dois meses, até chegar ao pedido de mandados de prisão. “Nós investigamos para saber como esses grupos atuavam, identificamos e aplicamos o nosso remédio. A partir de agora, a cidade será mais policiada, com atuação da cavalaria, radiopatrulha e da própria Força Nacional”, informou.

Segundo ele, os índices de criminalidade na cidade fizeram com que o município fosse alvo das ações policiais. “Na verdade, essa foi a primeira etapa. Nós agora vamos fazer um mapeamento do local para, a partir de hoje, intensificar o policiamento de forma gradativa. A cidade é onde mais se mata em Alagoas e nós não podíamos deixar isso se repetir. A gente tinha também um número elevado de ocorrências de tráfico de entorpecentes”, disse.

O coronel ainda pediu ajuda à população para evitar quer as quadrilhas desmanteladas nesta sexta voltem a atuar na cidade. “Quando todos os órgãos se unem, a bandidagem não tem vez. A gente espera que população pare de criticar agora e passe a informar a polícia”, afirmou Batinga.