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Indiciada por homicídio doloso, nutricionista diz que mandou carta de desculpas por atropelamento em São Paulo

Arthur Guimarães

Do UOL Notícias<br>Em São Paulo

05/08/2011 17h22Atualizada em 05/08/2011 18h50

Em depoimento na manhã desta sexta-feira (5) no 14º DP (Pinheiros), zona oeste de São Paulo, a nutricionista Gabriella Guerrero Pereira afirmou à polícia que enviou uma carta de desculpas à família do administrador de empresas Vitor Gurman, atropelado e morto no dia 23 de julho por uma caminhonete Land Rover supostamente dirigido por ela, na Vila Madalena.

Segundo o delegado titular Ricardo Cestari, o depoimento durou cerca de uma hora. Gabriella chorou e deu mais detalhes do que teria acontecido no momento do atropelamento.

O delegado afirmou que, com base nas informações que dispõe até agora, indiciou a nutricionista por homicídio doloso (quando há a intenção de matar). Segundo ele, ao dirigir em alta velocidade, ela teria assumido o risco de matar alguém.

Segundo a nutricionista, o acidente aconteceu porque ela foi ajudar seu namorado, o engenheiro Roberto de Souza Lima, dono do carro.

Ainda de acordo com o depoimento, Roberto estava bêbado e sentado ao seu lado quando tombou para frente. Na tentativa de ajudá-lo, ela teria perdido o controle do carro e atropelado Gurman.

A nutricionista disse ainda não lembrar se estava ou não dirigindo em alta velocidade. Gabriella afirmou que das 23h30 até o horário do acidente (por volta das 4h), ela teria ingerido apenas uma Margarita (bebida mexicana à base de tequila).

Imagens mostram que Land Rover estava em alta velocida; veja vídeo

O advogado da nutricionista, José Luís de Oliveira, porém, sempre negou que sua cliente estivesse em alta velocidade.

Segundo o delegado, as imagens de uma câmera de segurança obtidas pela polícia mostram que o Land Rover estaria em alta velocidade em relação a outros veículos que circulavam na rua no momento do acidente.

“Falar que não estava em alta velocidade não 'cola', mas estou esperando os laudos do Instituto de Criminalística, que devem sair nas próximas semanas, para comprovar as nossas suspeitas”, afirmou.

Sobre as suspeitas de que ela não seria a condutora no momento do acidente, o delegado disse “não ver vantagem nenhuma” na hipótese de ela estar assumindo a culpa do parceiro.

“Não consigo entender porque alguém faria isso [assumir um crime que não cometeu]. Temos a convicção de que ela era a motorista”, finalizou.