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Número de pessoas atingidas pela cheia no Vale do Ribeira (SP) quase dobra em 24 horas

Janaina Garcia<br>Do UOL Notícias<br>Em São Paulo

05/08/2011 13h47

O número de pessoas afetadas pela chuva no Vale do Ribeira, no sul do Estado de São Paulo, praticamente dobrou de ontem para hoje: de pouco mais de 10 mil, o total nessa sexta-feira (5) já chega a quase 19 mil afetados. Também é maior a quantidade de desabrigados e desalojados, que passou de cerca de 10 mil para mais de 11.100 pessoas, segundo dados da coordenadoria regional da Defesa Civil.

Não chove na região desde a última terça (2), mas as águas do rio Ribeira do Iguape ainda não baixaram e ainda há vários estragos. As cidades de Eldorado e Sete Barras decretaram estado de calamidade pública, e Jacupiranga decretou situação de emergência.

O município de Eldorado ainda tem a pior situação, em razão dos 1.500 desabrigados, 7.000 desalojados e cerca de 14.600 pessoas afetadas pelas chuvas. A energia elétrica foi parcialmente restabelecida, mas os serviços de telefonia e fornecimento de água voltaram ao normal. Segundo o coordenador regional adjunto da Defesa Civil, Renato Gonçalves, ao menos 80% da produção agrícola em Eldorado foi perdida –palmito de pupunha e, principalmente, banana --, no prejuízo que pode ficar entre R$ 30 milhões e R$ 50 milhões.

Em Sete Barras, informou a Defesa Civil, há 120 desabrigados, 1.600 desalojados, e cerca de 3.200 afetados (estes dois últimos, mais de quatro vezes mais que ontem). Vários bairros rurais ainda estão sem energia e com fornecimento de água interrompido. Também lá houve perdas nas lavouras de banana --pelo menos 80%.

No Registro, também um dos mais atingido pela cheia do rio, há cerca de 500 desabrigados e 200 desalojados, além de 1.200 pessoas afetadas. Bairros da zona rural estão com parte de água e luz cortada.

Na cidade de Iguape, onde fica a foz do rio, não há desabrigados, mas restam ainda 120 pessoas desalojadas –todas, nos bairros rurais de Peropava e Momuna. Também há famílias isoladas nos bairros rurais Bocuí e Jipovura.

Em Jacupiranga, onde vigora a situação de emergência, não há desabrigados e desalojados, e os serviços de água, energia e telefone foram normalizados, de acordo com a Defesa Civil.

Meteorologia

A meteorologista Neide Oliveira, do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) em São Paulo, afirmou que o alto volume de chuva no Vale do Ribeira foi provocado pela passagem de uma frente fria que aumentou as áreas de instabilidade.

“Nessa época as chuvas só acontecem com passagens de frentes frias. Em um dia, se ocorre uma chuva muito forte, em função de uma frente fria mais intensa, é comum que provoque pancadas que façam até superar o estimado para o mês –que, no entanto, continua seco”, disse.

Novas pancadas de chuva são previstas pelo Inmet, no Estado, apenas em meados de setembro.