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Gêmea siamesa morre dentro do útero em Goiás; médicos decidem manter gestação de irmã

Rafhael Borges<BR>Especial para o UOL Notícias<BR>Em Goiânia

27/09/2011 17h05

Uma das irmãs gêmeas siamesas de Jataí (325 km de Goiânia), unidas pela cabeça, morreu nesta segunda-feira (26) em Goiânia ainda dentro do útero da mãe. A gravidez tem aproximadamente 24 semanas, e a gestação é acompanhada pela equipe do Hospital Materno Infantil (HMI), referência da área em todo o país. 

Segundo o cirurgião pediátrico Zacharias Calil, chefe da equipe médica do hospital, a equipe decidiu manter a gravidez da paciente, faltando três meses para o parto, mesmo com todos os riscos que envolvem gêmeos siameses, tanto para os bebês quanto para a mãe.

A paciente gestante das crianças siamesas foi para Goiânia há cerca de um mês. Ontem, ela reclamou que começou a sofrer com pressão na barriga. Levada ao HMI, foi submetida a uma ultrassonografia, que constatou a morte de um dos fetos.

Neste caso, de acordo com Calil, a expectativa é de que o organismo vivo absorva o feto. “A patologia é denominada fetus in fetus, ou seja, um feto dentro do outro ou um feto absorvendo o outro. Não é que um vai carregar o outro, como uma gravidez paralela, mas é do próprio organismo ir consumindo”.Calil disse à reportagem do UOL Notícias que o caso é raríssimo, e que pela pesquisa que fez não existe registro com gêmeos siameses no mundo. “No registro mundial de saúde ainda não foi constatado tal fato”.

Segundo o médico, é imprevisível, por enquanto, saber como o quadro pode evoluir, mas o feto sobrevivente segue vivo e sob os cuidados de toda a equipe, assim como a mãe.