Peças arqueológicas vendidas pela internet são apreendidas em Minas Gerais
Peças arqueológicas que estavam sendo vendidas pela internet foram recuperadas pela Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais e encaminhadas ao Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
De acordo com órgão, a apreensão de um lote contendo seis objetos foi feita em cidade do Alto Jequitinhonha. O responsável pelo delito, cujo nome não foi divulgado, será investigado em inquérito policial pelos crimes de receptação e danos ao patrimônio arqueológico. A comercialização de artefatos arqueológicos é proibida por lei.
Uma das responsáveis pela análise do material, a arqueóloga Martha Maria de Castro e Silva, do Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), explicou que as peças têm grande valor arqueológico.
Segundo ela, a tecnologia das lâminas de machado, representadas por quatro peças, são reconhecidamente de origem pré-histórica. Ainda conforme a especialista, no entanto, há relatos de que tribos do Brasil utilizaram o material de forma laboral no seu dia a dia.
“Quatro são denominadas lâminas de machado, de origem pré-histórica. As duas maiores certamente eram munidas de cabos, podendo ter sido empregadas no corte de árvores por populações indígenas pré-históricas. As menores eram usadas para fazer cavidades”, disse a arqueóloga, que afirmou ter sido o material comum a várias regiões do país
“Pelo tamanho delas e pela matéria-prima empregada, a gente supõe que sejam do cerrado de Minas Gerais”, disse.
Um dos entraves para a detecção exata do período ao qual os artefatos pertenceram se baseia no fato de elas não terem sido encontradas em um sítio arqueológico, aponta a estudiosa. Uma quinta lâmina de machado apreendida ainda gera dúvida sobre a sua autenticidade, afirmou a especialista.
Um cachimbo angular de cerâmica também foi resgatado. Para a especialista, o material seria de origem africana, podendo ter sido utilizado por escravos ou descendentes deles.
“O cachimbo angular é típico de populações escravas ou afrodescendentes Mas como ele não foi achado em uma escavação, não há como precisar se foi utilizado por escravos ou por seus descendentes’, disse.
Martha Maria afirmou ainda que houve aplicação indevida de verniz sobre as pedras, o que dificulta a busca por mais informações sobre elas. “Só um restaurador especialista pode fazer a remoção dessa resina para que seja feita a análise da matéria-prima utilizada e as marcas deixadas pelo uso delas, agregando mais informações ao achado.”
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