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Mais de duas toneladas de medicamentos vencidos são encontradas em Uberaba (MG)

Renata Tavares<BR>Especial para UOL Notícias<BR>Em Uberlândia (MG)

10/11/2011 18h12

Mais de duas toneladas de medicamentos vencidos foram encontradas armazenadas em um cômodo do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), nesta quarta-feira (9), em Uberaba (477 km de Belo Horizonte). Entre os remédios estão antibióticos, como amoxilina e clavulin, e frascos de soro fisiológico. A denúncia foi feita na manhã da última segunda-feira (7) à Comissão de Saúde e Saneamento de Uberaba, formada por quatro vereadores.

Segundo o vereador e relator da comissão, Samuel Pereira (PR), a inspeção começou quando a Secretaria de Saúde incinerou 2,5 toneladas de medicamentos vencidos há dois meses. Na manhã de segunda-feira (7), de acordo com Pereira, a comissão recebeu uma denúncia de que havia mais remédios, armazenados no almoxarifado central.

Na manhã de ontem (9), conforme Pereira, um funcionário da secretaria entrou em contato e disse que os remédios vencidos estavam guardados na sede do Cerest. A comissão foi até o local e encontrou as duas toneladas em um cômodo fechado. “A nossa dúvida agora é saber por que esses remédios ficaram perdidos, sendo que as Unidades Básicas de Saúde (UBS) estão com falta deles”, disse.

O vereador disse acreditar que o prefeito de Uberaba, Anderson Adauto (PL), não tinha conhecimento sobre a situação. Em nota enviada à imprensa, o secretário de Saúde de Uberaba, Valdemar Hial, negou irregularidades com relação ao descarte de medicamentos ou tentativa de ocultar o manejo desses produtos.

A nota diz ainda que o depósito de medicamentos e de soro fisiológico em espaço anexo ao Cerest foi feito devido à lotação no almoxarifado central. A secretaria informou que das 16.072 unidades estocadas no local, 4.870 estão vencidas. Além disso, informou que os 24,7 mil frascos de soro fisiológico armazenados no local têm validade até o ano de 2013.

O secretário de Saúde e o prefeito de Uberaba convocaram uma reunião para esta sexta-feira (11). A Comissão de Saúde e Saneamento planeja enviar carta ao Ministério Público relatando os fatos nos próximos dias.