Ex-astros de circo, camelos e elefantes viram animais de fazenda em Minas Gerais
Dois camelos e dois elefantes que deixaram de ser atração de circo estão sendo criados juntos com bois, vacas e cavalos em uma fazenda de Paraguaçu (263 km de Belo Horizonte), em Minas Gerais.
Segundo o advogado Giuliano Vettori, 38, dono da propriedade, os animais pertencem a um circo que foi proibido, pelo Ministério Público da Bahia, de utilizá-los em espetáculos. “Então eu fiquei como fiel depositário deles”, afirma.
Os animais ficam soltos durante o dia no pasto e, à noite, são recolhidos a um galpão coberto. Os bichos despertaram a curiosidade de moradores, principalmente as crianças, que fazem visitas gratuitas e monitoradas ao imóvel rural.
A informação sobre a presença dos bichos exóticos na propriedade rural surpreendeu o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). O analista ambiental Gilson Silveira Alves, 35, afirmou ao UOL Notícias que o órgão programou, para os próximos dias, uma visita à fazenda. “Vamos ver se a documentação está em ordem e se os animais estão bem cuidados”, disse Alves.
Os elefantes e os camelos, de acordo com o dono da fazenda, serão transferidos, no início de 2012, para um zoológico no Rio de Janeiro, a título de empréstimo. “Eles vão ficar lá por dois anos, até eu adequar o imóvel para a criação de bichos exóticos”, afirma Vettori, que pretende negociar os animais com o circo e mantê-los definitivamente em Paraguaçu.
O advogado acredita que serão necessários investimentos de R$ 200 mil para adequar a fazenda para as elefantes Gueda e Maya e os camelos Kadafi e Rakja. Os animais estão em Paraguaçu desde agosto do ano passado e dão despesas mensais de R$ 10 mil com alimentação e cuidados veterinários. Os gastos são pagos pelo circo Portugal.
Os elefantes têm 35 anos de idade e se alimentam de capim e 40 quilos de cenoura e beterraba diariamente. Elas bebem 200 litros de água por dia.
Já os camelos são mais “econômicos”. Eles recebem uma dieta de capim e ração para cavalo e consomem 120 litros de água a cada oito dias.
Vettori fala que, no início, cavalos e bois da propriedade ficaram assustados com os novos “inquilinos”. Um miniboi chegou a investir contra os elefantes. “Coitadinho, não sabia o risco que corria. Mas agora está tudo normal”, diz o advogado.
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