Topo

Chefe da defesa civil de BH culpa aquecimento global por inundações

Rayder Bragon

Do UOL Notícias, em Belo Horizonte

15/12/2011 16h33

O coordenador da Defesa Civil Municipal de Belo Horizonte, coronel Alexandre Lucas Alves, disse nesta quinta-feira (15) que as inundações provocadas por chuva em Belo Horizonte são consequências do aquecimento global.

“Isso é uma característica desses tempos de aquecimento global, onde todas as cidades, no mundo inteiro, têm de estar preparadas para enfrentar essas excepcionalidades”, disse a um canal de televisão local.

 “Caiu em poucas horas metade do que cai de chuva no mês inteiro em Belo Horizonte”, afirmou Alves. O dirigente ainda atribuiu as inundações ao volume de água, combinado com lixo depositado de maneira irregular pelos moradores.

“Existe uma convergência de fatores. Foi uma chuva excepcional que caiu, com muito lixo nas ruas, que entopem os sistemas de drenagem”, declarou.

O coronel minimizou uma possível falta de investimento em obras do governo municipal.

“(A Prefeitura de) Belo Horizonte gastou R$ 1,4 bilhões em obras, nesses últimos anos, só para contenção de chuvas. Existe um passivo histórico de impermeabilização (do solo), de ocupação desordenada ao longo dos rios que a gente tem que, infelizmente, enfrentar”, disse.

Ele ressaltou que todo o efetivo da defesa civil municipal e dos bombeiros está trabalhando para minimizar os efeitos da chuva. “As pessoas tem de ter calma nessa hora. Não tente fazer loucuras e tenham paciência”, ressaltou Alves.

Situação de emergência

Segundo Alves, levantamento dos prejuízos e áreas afetadas será feito e entregue ao prefeito Marcio Lacerda (PSB). Há possibilidade de a prefeitura decretar situação de emergência nos locais mais afetados.

“A característica desse desastre já indica uma situação de emergência. (O decreto da) situação de emergência facilita os processos administrativos para socorro e contratação de serviços. Nós estamos estudando para apresentar ao prefeito uma minuta para que a população tenha o socorro mais rápido possível”, declarou.

Segundo ele, o prefeito avaliou em R$ 5 bilhões os recursos necessários para obras de prevenção contra desastres provenientes das chuvas intensas.

A Defesa Civil municipal ainda não informou o número de pessoas desabrigadas, ou desalojadas em Belo Horizonte. No entanto, a secretaria municipal Adjunta de Segurança Alimentar e Nutricional avisou que 400 marmitex foram enviados a desalojados, principalmente na região norte da cidade, uma das mais castigadas pelo mau tempo.