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O jeito é esperar água baixar, diz homem com a casa inundada há 3 dias em Minas Gerais

Rayder Bragon

Do UOL Notícias, em Mário Campos (MG)

04/01/2012 15h46

O encarregado de produção Roni Magalhães Diniz, 31, resignou-se com a situação da casa onde mora, na entrada da cidade de Mário Campos, na região metropolitana de Belo Horizonte, inundada pelas águas do rio Paraopeba, que encheu por conta das chuvas que vêm castigando a região, e da qual só se vê o telhado. O acesso à cidade está bloqueado.

“O jeito é esperar a água baixar, recomeçar tudo de novo e tocar a vida”, disse ao receber a reportagem do UOL Notícias, na casa de um tio, que fica ao lado da moradia inundada.

Ao lado da companheira, Diniz disse estar desanimado após a terceira inundação que enfrenta, em 15 anos. “Eu moro aqui há muito tempo e é a terceira vez que a enchente invade a minha casa”, disse o homem, preocupado ainda com criação de galinhas que está ilhada, com os animais empoleirados em galhos, com água em volta. “Elas estão há dois dias sem comer nada”, disse.

Outra preocupação se refere ao volume do rio. De acordo com Diniz, apesar de não ter chovido no local nos dois últimos dias, o nível das águas está subindo. Os móveis que o encarregado de produção conseguiu retirar da casa estão nas imediações da residência e na varanda da casa do parente.

“Estou com muito medo de a água subir e atingir a casa do meu tio. Se isso ocorrer, o único jeito e deixar tudo para trás”, afirmou.

Assistência

De acordo com a secretária de assistência social da cidade, Maria Efigênia Ribeiro Mendonça, há aproximadamente 35 famílias afetadas pelas enchentes no município. “Estamos com tanto serviço aqui que ainda não deu tempo de fazer um levantamento sobre quem é desabrigado e quem está desalojado”, disse.

Segundo ela, a prefeitura local distribuiu cestas básicas entre os moradores que precisaram sair de suas casas. As famílias desabrigadas estão alojadas, desde o último sábado, em uma escola municipal. O único acesso liberado para alcançar a cidade é passando por Ibirité.

A secretária informou ainda que o município não decretou situação de emergência e que, por enquanto, não há necessidade de formalizar o decreto.