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UOL retrata 24 horas nas ruas da Cracolândia

Rogério Cassimiro

Do UOL, em São Paulo

17/01/2012 06h00

A polícia realiza desde o começo do mês uma megaoperação na cracolândia, no centro de São Paulo, para combater o tráfico. Apesar da ação conjunta entre governos municipal e estadual, ainda é possível observar usuários de crack ocupando as ruas da região e consumindo a droga.

Como forma de ilustrar o cotidiano da cracolândia, o UOL passou 24 horas no local. Abaixo você confere, em imagens, algumas cenas rotineiras na área:

Primeiro local:

  • Rua Helvétia com alameda Barão de Piracicaba, às 8h05 e às 16h41 de sexta-feira (13)

  • Rua Helvétia com alameda Barão de Piracicaba, às 16h41 de sexta-feira e à 1h31 de sábado (14)

  • Rua Helvétia com alameda Barão de Piracicaba, à 1h31 e às 8h37 de sábado (14)

Segundo local:

  • Rua Apa com rua General Júlio Marcondes Salgado, às 8h43 e às 16h56 de sexta-feira (13)

  • Rua Apa com rua General Júlio Marcondes Salgado, às 16h56 de sexta-feira (13) e à 1h56 de sábado (14)

  • Rua Apa com rua General Júlio Marcondes Salgado, à 1h56 e às 8h22 de sábado (14)

Terceiro local:

  • Rua Helvétia, esquina com a avenida Rio Branco, às 8h06 e às 16h42 de sexta-feira (13)

  • Rua Helvétia, esquina com a avenida Rio Branco, às 16h42 de sexta-feira (13) e à 1h32 de sábado (14)

  • Rua Helvétia, esquina com a avenida Rio Branco, à 1h32 e às 8h34 de sábado (14)

Quarto local:

  • Rua Helvétia com alameda Barão de Piracicaba, à 1h49 e às 8h35 de sábado (14)

Entenda a operação na cracolândia

Localização da cracolândia

  • Arte UOL

A operação policial na região central de São Paulo acontece desde o dia 3 de janeiro para combater o tráfico de drogas e evitar aglomerações de dependentes de crack. Participam da ação policiais e órgãos estaduais e municipais ligados à segurança, saúde e assistência social. Segundo a Secretária de Segurança Pública, a ação não tem prazo para terminar e não tem erros.

Entretanto, reportagens mostraram que o patrulhamento na região começou antes da hora, sem o conhecimento do prefeito Gilberto Kassab (PSD), como ele mesmo admitiu, do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e do comando geral da Polícia Militar.

O uso da força foi criticado. Imagens mostraram a Polícia Militar usando balas de borracha e bombas de efeito moral contra os usuários, mas os equipamentos foram proibidos pelo secretário de Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, depois que as fotos foram divulgadas. O Ministério Público chegou a abrir inquérito para investigar a atuação da PM na operação.


Reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”, na segunda-feira (16), mostrou que Kassab e Alckmin decidiram, em 1º de dezembro, pelo uso ostensivo da Polícia Militar na cracolândia. Até então, havia grupos que defendiam prioridade à ação social e de saúde pública. O combate ao tráfico foi posto à frente, pois, para o secretário municipal Januário Montone (Saúde), sem repressão da PM, todos seguiriam "enxugando gelo".

Diariamente, a PM divulga boletins com dados sobre a ação. Até a segunda-feira (16), foram realizadas 5.451 abordagens policiais e apreendidos 2,3 kg de crack, 10,2 kg de cocaína e 17,8 kg de maconha. Foram detidas 107 pessoas, incluindo 43 condenados pela Justiça.

A maior apreensão feita pela polícia até o momento ocorreu na noite de quinta-feira (12), quando uma mulher foi detida com 16 mil pedras de crack que seriam distribuídas na região.

O boletim também informa que 1.165 pessoas foram encaminhadas para abrigos, 212 foram atendidas por serviços de saúde, com 80 internações e nove encaminhamentos para hospitais. Cerca de 101 toneladas de lixo foram recolhidas das ruas.

Segundo o comandante-geral da PM, por pelo menos seis meses 287 homens permanecerão no local, com apoio de 117 carros e 26 motos, além de bicicletas, cavalos, cachorros e do helicóptero Águia. Normalmente, o efetivo é de 28 agentes, divididos em dois turnos.