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Corregedoria indicia delegado por morte de refém no Rio Grande do Sul

Lucas Azevedo

Do UOL, em Porto Alegre

20/01/2012 16h36

Um delegado foi indiciado pela Corregedoria da Polícia Civil do Rio Grande do Sul nesta sexta-feira (20) pela morte de um empresário paranaense que era feito refém após um sequestro. O fato ocorreu dia 21 de dezembro, horas depois de um sargento da Brigada Militar ter sido baleado por policiais civis paranaenses que estavam em solo gaúcho com objetivo de estourar o cativeiro.

No momento da abordagem, os sequestradores saíam de uma casa, no centro de Gravataí (região metropolitana de Porto Alegre), com os reféns Lírio Poerjio e Osmar José Finkler, quando os policiais gaúchos chegaram. Conforme depoimento do delegado indiciado Leonel Carivali, ele atirou em direção ao veículo após ouvir um estampido. Por outro lado, pelo testemunho de Finkler, todos os disparos partiram apenas da polícia.

O delegado foi indiciado por homicídio por erro de execução. De acordo com a Corregedoria da Polícia Civil, o caso agora será analisado pelo Ministério Público Estadual.

“Deixamos a parte de apreciação da legítima defesa [o que alega Carivali] para o Poder Judiciário. Entendemos que a legítima defesa, na versão do delegado, é compatível. Porém, as provas no inquérito não ficaram claras nesse sentido”, explica o delegado corregedor da polícia gaúcha, Paulo Rogério Grillo.  

Na madrugada do crime, uma ação desastrosa vitimou o sargento da Brigada Militar Ariel da Silva, 40, que estava à paisana. Durante a madrugada, ele abordou, de sua moto, um Renault Logan considerado suspeito na avenida Planaltina. Dentro do veículo estavam agentes do grupo Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre) da polícia paranaense, que investigavam o sequestro e estavam no RS sem avisar as autoridades gaúchas. Houve troca de tiros entre os policiais e Silva morreu com um tiro de metralhadora .50.

A defesa dos policiais paraenses alega legítima defesa, pois Silva teria disparado primeiro. Um laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul revelou que o sargento Silva –que estava de folga– ingeriu bebida alcoólica antes de morrer. O exame apontou a existência de 13,1 decigramas de álcool por litro de sangue no corpo do policial militar. Entretanto, para o delegado corregedor, o exame não deve mudar o rumo das investigações, embora seja observado no inquérito.

Os policiais paranaenses aguardam a conclusão das investigações em liberdade.