Médico do Detran-MG é acusado de pedir R$ 50 "para o café" durante exame oftalmológico
Um médico de Santa Rita do Sapucaí (399 km de Belo Horizonte) foi preso e autuado por corrupção passiva depois de denúncia sobre cobrança de propina para liberação de exame obrigatório na renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Alberto Figueiredo Miranda, 48, trabalhava em uma clínica credenciada ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e cobrou R$ 50 de um gesseiro para aprová-lo no exame oftalmológico. O motorista denunciou o médico à polícia.
O gesseiro foi reprovado duas vezes no exame, e, conforme relatou à polícia, foi aconselhado pelo médico a pagar o valor extra para obter o documento. Desconfiado, o homem não deu a Miranda o dinheiro da propina, mas resolveu voltar ao consultório para terceira avaliação.
Na terça-feira (20), o gesseiro foi à clínica disposto a desmascarar o funcionário. O motorista fez uma fotocópia da nota R$ 50 que usaria para pagar a propina. No momento da consulta recebeu a mesma proposta das outras vezes e entregou o dinheiro ao médico.
Ao deixar o consultório, acionou a Polícia Militar (PM), que encontrou dentro da gaveta do médico a nota usada no pagamento. O número de série da cédula era o mesmo da cópia apresentada pelo gesseiro. O motorista ainda gravou toda a conversa com o médico durante a consulta e repassou o material para a polícia.
Segundo a delegada responsável pelo caso, Stela Pires Reis, a testemunha relatou que Miranda pediu o dinheiro “para o café”, se referindo à propina. Um inquérito foi instaurado para investigar se existem outras vítimas do médico.
A denúncia contra ele surgiu há cerca de um ano, mas sem provas a polícia não conseguiu deter Miranda. De acordo com a delegada, o médico pode ter recebido dinheiro de motoristas de outras cidades onde não há Detran. Essas pessoas se deslocam para Santa Rita do Sapucaí para renovar CNH.
A delegada informou que pedirá, ainda esta semana, o descredenciamento da clínica ao Detran. Miranda está detido no presídio do município. Além de atuar nessa clínica, Miranda era clinico geral e ginecologista em um consultório particular e chegou a trabalhar em hospitais da prefeitura.
O UOL tentou contato com Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais, mas ninguém atendeu na manhã desta quarta (21).
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