Justiça declara ilegal greve dos operários de Belo Monte
O desembargador Georgenor de Sousa Filho, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 8ª Região, considerou ilegal a greve dos operários da usina de Belo Monte, em Altamira (PA), iniciada na segunda-feira (23). O magistrado concedeu liminar requerida pelo Consórcio Construtor Belo Monte contra o Sintrapav-PA (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada e Afins do Pará).
Caso a greve seja mantida, o sindicato será multado em R$ 200 mil por dia. Para o desembargador, a paralisação é injustificada na medida em que o acordo coletivo de trabalho, firmado entre a categoria e o consórcio em novembro do ano passado, está em plena vigência. O magistrado nomeou o juiz titular da Vara do Trabalho de Altamira para mediar as negociações entre os trabalhadores e a empresa.
Os operários --em sua maioria, de outros Estados-- exigem que seja reduzido o período entre os recessos, quando viajam para as cidades de origem. Atualmente, os trabalhadores têm direito a viajar a cada seis meses, com nove dias de descanso. Eles reivindicam o mesmo período de descanso, só que a cada três meses, proposta recusada pela empresa.
A categoria também quer aumento no auxílio alimentação, de R$ 95 para R$ 300 por mês, mas o consórcio só aceita aumentar o valor para R$ 110.
9.000 operários parados
Os trabalhos na usina de Belo Monte estão completamente paralisados nos sete canteiros da obra, que emprega cerca 7.000 operários contratados e 2.000 terceirizados. A decisão pela greve foi aprovada em assembleia da categoria no último dia 18. Os grevistas organizaram bloqueios nas principais vias de acesso à obra.
Principal obra do país, financiada com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a usina hidrelétrica Belo Monte está sendo construída no rio Xingu e terá pouco mais de 11 mil megawatts (MW) de potência instalada quando estiver concluída –o que fará da usina a terceira maior do mundo. A entrada em operação está prevista para 2015.
A empresa Norte Energia é responsável pela usina e tem entre os acionistas Eletrobras, Cemig e Light, além de Neonergia, Petros, Funcef, entre outras.
A reportagem do UOL não conseguiu localizar representantes do Sintrapav-PA para comentar a decisão da Justiça do Trabalho. (Com agência Reuters)
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