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Com umidade relativa em 10%, capital paulista iguala dia mais seco já registrado

Faixa de poluição no céu da região central de São Paulo, onde não chove há 20 dias - Apu Gomes/Folhapress
Faixa de poluição no céu da região central de São Paulo, onde não chove há 20 dias Imagem: Apu Gomes/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

21/08/2012 16h19Atualizada em 21/08/2012 19h13

A cidade de São Paulo registrou nesta terça-feira (21), entre 14h e 15h, 10% de umidade relativa, igualando o recorde histórico medido em 14 de agosto de 2009. A medição foi feita pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) no mirante de Santana (zona norte).

As medições do Inmet são feitas desde 1963. Neste ano, os dias mais secos foram 4 de janeiro, 7 de fevereiro e 29 de julho, que registraram 20% de umidade relativa.

O índice de umidade considerado ideal é de 60%. O deserto do Saara, na África, uma das áreas mais secas do planeta, registra índices entre 10% e 15%, em média.

O CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) da prefeitura, que tem pontos de medição diferentes dos utilizados pel Inmet, registrou 10% de umidade relativa no aeroporto de Congonhas, na zona sul. Esse índice levou a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (COMDEC) a decretar a partir das 16h20 estado de emergência.

Nas estações meteorológicas do CGE, os menores índices de umidade são observados nos seguintes locais: 12% na Cidade Ademar (zona sul); 15% na Consolação (centro); e 19% nos bairros de Ipiranga (zona sudeste); Itaim Paulista (zona leste) e Santo Amaro (zona sul).

Segundo o CGE, aas próximas hora esses índices começam a se elevar, porém de forma mais lenta nas áreas mais urbanizadas, principalmente no centro expandido. A temperatura cai devagar e não há expectativa de chuva. 

20 dias sem chuva

Há 20 dias não chove na capital paulista. O meteorologista do Inmet Marcelo Shneider explica que além de o inverno brasileiro ser caracterizado por poucas chuvas o mês de agosto costuma ser o período mais seco do ano.

A última chuva registrada em São Paulo aconteceu de forma fraca entre os dias 30 de julho e 1º de agosto, na zona norte do Estado, conforme o Inmet. Durante a data, apenas 0,3 milímetro de precipitação foi computado e o índice segue o mesmo até esta terça. Para Shneider, a estiagem, no entanto, não deve preocupar os paulistas.

"O mês ainda não terminou e é provável que aconteça uma virada climática até o fim de agosto, mas nenhuma chuva forte, apenas garoas ou precipitações pequenas devem acontecer. O inverno começou com muitas chuvas no final de junho e metade de julho, é normal que agora venha uma estiagem", disse.

Ao longo do mês de junho, houve a queda de 233,7 milímetros de água. Em julho, o número começou a baixar, já com 74,7 milímetros. A média de chuva durante o inverno paulista é de 54,2 milímetros.

Ainda segundo o meteorologista este mês de agosto teve 0,3 mm de chuva. Em agosto de 2011 foram 42,2 mm. O índice pluviométrico deste mês é muito próximo ao verificado em agosto de 2010, quando ficou em 0,4 mm.

Calor

Além do ar seco, o calor também preocupa os paulistas. De acordo com o meteorologista do Inmet, o aumento da temperatura no Estado tem influência do fenômeno El Niño, que aqueceu as águas do Oceano Pacífico nos últimos três meses e, com isso, impediu a passagem de frentes frias em direção ao Estado. Neste mês, a temperatura média mínima registrada foi de 14,2ºC enquanto a máxima média chegou a 25,5ºC.

A previsão do instituto é de que durante o próximo mês o Estado continue registrando o aumento da temperatura além do aumento das chuvas. O Inmet prevê a precipitação de 74,8 milímetros para o mês de setembro, com a temperatura média mínima de 14ºC e a média máxima de 25,5ºC. (Com Agência Estado)