Polícia mineira vai investigar ameaça recebida no celular de primo assassinado do goleiro Bruno
O delegado da Polícia Civil de Minas Gerais Frederico Abelha, responsável pelo inquérito sobre a morte de Sérgio Rosa Salles, primo assassinado do goleiro Bruno Souza na manhã da última quarta-feira (22) em Belo Horizonte (MG), afirmou, por meio da assessoria de imprensa do órgão, que vai investigar uma ameaça recebida por Salles por mensagem de texto em seu celular.
O policial começou a ouvir parentes da vítima nesta sexta-feira (24), que repassaram a informação, dizendo que a ameaça deve ter sido feita há cerca de dois meses. No entanto, o delegado afirmou ainda ser prematuro associá-la à morte de Salles, que era conhecido como Camelo e foi morto com seis tiros disparados por um homem que o perseguiu em uma moto em rua do bairro Minaslândia, região norte da capital mineira, quando o primo de Bruno saía para o trabalho.
Ainda conforme a assessoria, o delegado não detalhou o conteúdo da mensagem. Tanto a Polícia Civil quanto a Polícia Militar afirmam terem enxergado indícios de execução na morte de Camelo.
A vítima, juntamente com o jogador Bruno e mais seis réus, iria a júri popular, ainda sem data definida, pelo desaparecimento de Eliza Samudio, ex-amante do atleta. Ele respondia pelos crimes de sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Presos teriam ligação com morte
A Polícia Militar mineira prendeu ontem sete homens sob acusação de tráfico de drogas no bairro em que Camelo foi morto. Uma informação anônima recebida pelo setor de inteligência do 13º Batalhão da PM associou três dos presos à morte de Salles.
No entanto, o delegado Sidney Aleluia, plantonista da delegacia de Venda Nova, para onde os detidos foram encaminhados, afirmou que eles negaram terem tido participação na morte de Salles.
Os suspeitos foram encaminhados ao Ceresp (Centro de Remanejamento do Sistema Prisional) São Cristóvão, no bairro Lagoinha, onde ficarão à disposição da Justiça.
A Polícia Civil descartou, por meio de investigação “em campo”, que Camelo tenha sido morto por causa de uma suposta briga durante uma partida de futebol realizada dias antes de seu assassinato.
Investigações sobre Eliza
Salles foi figura central para a polícia durante as investigações sobre o sumiço de Eliza Samudio. Ele havia colaborado com a Polícia Civil de Minas Gerais durante as investigações sobre o desaparecimento, tendo participado de uma reconstituição no sítio do goleiro, na cidade de Esmeraldas (MG).
Ele chegou a colocar Bruno na cena do suposto crime, mas retirou o depoimento ao falar à polícia e à Justiça. Os testemunhos contra o goleiro, segundo algumas pessoas ligadas ao caso, foram frutos de suposta desavença com o réu Luiz Henrique Romão, o Macarrão, amigo de Bruno.
Salles havia confirmado quase integralmente a versão dada por outro primo do goleiro, um menor que também responde por envolvimento no caso. As informações do jov em, que cumpre medida socioeducativa em Minas Gerais e já atingiu a maioridade, foram o estopim para a prisão de Bruno.
A defesa do goleiro alega que o depoimento de Salles seria uma forma de retaliação a Macarrão, que paulatinamente vinha assumindo o lugar que fora de Salles no convívio com o goleiro.
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