Delegado do caso Eliza Samudio diz ver "digitais de profissional" na morte de primo de Bruno
O delegado Edson Moreira, ex-chefe do Departamento de Investigações de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Belo Horizonte, disse ter enxergado na morte de Sérgio Rosa Salles, primo do goleiro Bruno assassinado no último dia 22 de agosto, uma queima de arquivo executada por profissional.
Moreira chefiou as investigações sobre o sumiço de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro, e disse acreditar que a execução de “Camelo”, como era conhecido Salles, teria características autorais de quem tem afinidade com a atividade policial.
Questionado se o assassinato de Salles, que era réu no processo, poderia ter sido feita por um policial, Moreira não descartou a hipótese. “(A possibilidade de ter sido um policial) é muito grande. Pode ter sido um ex-policial ou alguém que ainda esteja na ativa. Tem que ser investigado”, afirmou.
Bruno e mais seis réus vão a júri popular, ainda sem data marcada, pelo desaparecimento de Eliza.
“Para mim, foi queima de arquivo”, disse. “Com certeza foi coisa de profissional, no meu ponto de vista. Ninguém grita: ‘você vai morrer, estuprador’, a não ser que queira despistar a polícia. Eu nunca vi ninguém matar os outros e falar em voz alta.”
Moreira refere-se ao suposto fato de o atirador ter proferido a frase relatada por testemunhas antes de matar Camelo com seis tirosem uma rua do bairro Minaslândia, região norte de Belo Horizonte.
“Expert”
A versão apresentada pela Polícia Militar mineira no dia da morte de Salles foi a de ele ter sido perseguido por ocupantes de uma moto, ao sair de casa para o trabalho, e assassinado no terreno de uma casa onde tentou se esconder.
“O cara foi ‘expert’ (atirador). Não deixou cápsulas no chão e, pelo que pude apurar, agiu com muita frieza em um momento em que a pressão é enorme. Pelo que sei, ele ainda teve tempo de recarregar a arma. Tem de ter muita segurança para isso.”
Moreira também disse entender que Salles era uma peça-chave no processo que investiga o sumiço de Eliza Samudio, desaparecida desde 2010. O delegado está afastado de suas funções para concorrer a um cargo de vereador em Belo Horizonte nas eleições deste ano.
Corregedoria
Na última segunda-feira (27), a Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais anunciou que assumiu as investigações sobre o assassinato de Salles.
De acordo com o corregedor-geral, Renato Patrício Teixeira, uma das linhas de investigação será a que contempla a suposta participação de policiais na morte do primo do goleiro.
Até então, o caso era de responsabilidade do delegado Frederico Abelha, policial do Departamento de Homicídios de Minas Gerais.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.