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MP acompanhará investigações sobre ação da Rota que matou nove em Várzea Paulista (SP)

Fabiana Marchezi

Do UOL, em Campinas

13/09/2012 12h37

As promotoras de Justiça Patrícia Tiemi Momma e Francine Regina Gomes Cavallini foram designadas pela Procuradoria-Geral de Justiça para acompanharem o inquérito policial sobre a operação da Rota [tropa de elite da PM] realizada nessa terça-feira (11), em uma chácara de Várzea Paulista (54 km de São Paulo), que resultou na morte de nove supostos criminosos.

Com as investigações das promotoras, o Ministério Público quer saber se a ação da polícia foi legítima ou se houve algum abuso. Nesta quinta-feira (13), o proprietário da chácara deve prestar depoimento ao delegado de Jundiaí (58 km de São Paulo), Marcel Fehr, responsável pelas investigações.

Ontem (quarta 12), em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) confirmou as informações e disse que as mortes ocorreram em confronto, durante uma ação para desbaratar um “tribunal do crime”.

O batalhão da PM do município teria recebido uma denúncia anônima informando que integrantes de uma quadrilha fariam uma espécie de “tribunal do crime” para julgar um suposto estuprador.

Fuga em direção oposta

Por isso, segundo o órgão, dois pelotões da Rota, com 40 policiais em dez viaturas, foram enviados por volta de 16h30. No local, eles teriam encontrado dois carros fugindo em direção oposta e em alta velocidade. Segundo a nota, uma parte dos policiais seguiu os veículos e outra ficou no endereço indicado.

A secretaria diz que os suspeitos nos dois carros atiraram contra os policiais, que teriam revidado. Em um dos carros, dois suspeitos morreram e um foi preso. No outro, dois morreram e dois foram presos. Na chácara, quem ficou também atirou contra a Rota, segundo a secretaria. Cinco suspeitos foram detidos e cinco morreram.

Ainda de acordo com a SSP, os PMs apreenderam duas espingardas calibre 12, uma metralhadora, sete pistolas, quatro revólveres, cinco veículos roubados e 20 quilos de maconha que estavam dentro de uma geladeira. Dentro da chácara, além dos criminosos, havia uma mulher e uma criança, segundo a secretaria.

A polícia afirma ter encontrado uma dinamite e uma granada. O Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) foi chamado para realizar a coleta do material. Os corpos de todos os criminosos mortos durante a operação foram levados ao Instituto Médico Legal de Jundiaí e já foram identificados pelas famílias.

Listas

A SSP divulgou a lista dos mortos na ação. Entre eles, está o suposto estuprador que seria julgado pelo "tribunal do crime", Maciel Santana da Silva, de 21 anos. Os outros oito pertenciam à quadrilha que realizava os "julgamentos".

São eles: Anderson Ataíde Mariano, Cícero Rodrigo Raimundo, Denílson Roberto Tiago, Iago Felipe Andrade Lopes, Marcus Alessandro Garcia Fernandes, Michael Ferreira Dias, Valdir Felix de Abreu, Victor Hugo de Souza, de Jundiaí. Já tinha passagem pela polícia por tráfico de drogas.

Outros cinco homens que estavam no local foram presos. Todos eles já tinham passagens pela polícia: Alex Sandro de Almeida, Claudemir Aparecido Costa, Jefferson Willian Couto, Marcelo Siqueira Amaral, Richard de Mello Mantelato.