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Mãe mata filha recém-nascida e esconde corpo no guarda-roupa de casa em Indaiatuba (SP)

Fabiana Marchezi

Do UOL, em Campinas

18/09/2012 10h53

Uma dona de casa de 39 anos foi presa na noite desta segunda-feira (17) em Indaiatuba (103 km de São Paulo) sob acusação de ter matado a filha recém-nascida. À polícia, Silvana de Brito confessou ter asfixiado e escondido o corpo do bebê dentro de uma caixa de papelão no guarda-roupa. O crime aconteceu no último dia 10, logo depois do parto.

Na delegacia, a mulher, que é mãe de outros oito filhos, disse que matou a menina por ela ser “filha da vergonha”, já que o pai do bebê seria o próprio padrasto da acusada. Eles tiveram um relacionamento há cerca de um ano.

De acordo com a delegada titular do município, Rutthi de Souza, Silvana contou que escondeu a gravidez de toda a família e que logo após o nascimento da menina enfiou o dedo na garganta para que ela sufocasse.

A delegada afirmou que foi o ex-marido de Silvana, que tem a guarda de quatro filhos do casal, quem descobriu o crime e a entregou. “Ele frequentava a casa de Silvana para visitar os outros filhos e percebeu a gravidez. Porém, ela negava. Na última vez que esteve lá notou que a barriga havia sumido e começou a suspeitar da mulher e perguntar a pessoas próximas.”

Um inquilino da mulher notou sangue no banheiro da casa, e o filho de dez anos do casal contou ao pai que ouviu choro de bebê. Com essas informações, o homem decidiu procurar a polícia.

Após a denúncia, a delegada mandou dois investigadores à casa. Ao chegarem à residência, Silvana negou que estava grávida. “Eles entraram na casa e começaram a procurar. Até que encontraram dentro do guarda-roupa uma caixa toda ensanguentada com o corpo do bebê. Então, ela acabou confessando o crime.”

“Simplesmente matou”

No depoimento, a acusada afirmou que matou a menina por ter vergonha da família. “O padrasto se separou da mãe dela e passou a frequentar sua casa. Eles tiveram um envolvimento que resultou na gravidez que ela escondia de todos por ter vergonha”, afirmou Rutthi.

Silvana também contou que teve uma gravidez saudável e fez o parto sozinha em casa. “O parto foi tranquilo, porém ela desmaiou. Quando acordou, a menina chorava em cima do peito dela. Não pensou duas vezes e colocou os dedos na garganta para sufocá-la. Não posso nem imaginar essa cena, nunca pensei em ver um caso desses.”

A delegada ainda disse que no depoimento a mulher foi extremamente fria e não mostrava arrependimento. “Não dá para explicar, ela disse que a menina nasceu forte e robusta. Ela sempre tratou bem os outros filhos – com idades entre dois e 17 anos. Ela disse que nunca sofreu com depressão. Simplesmente matou.”

Silvana foi detida em flagrante por homicídio doloso – quando há intenção de matar – e ocultação de cadáver. Ela foi encaminhada para a cadeia feminina de Paulínia (a 119 km de São Paulo). O corpo do bebê foi encaminhado para exame necrológico.