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Professor de taekwondo é preso em Santa Catarina suspeito de abusar de alunos no Rio Grande do Sul

Lucas Azevedo

Do UOL, Porto Alegre

17/01/2013 15h36

Um professor de taekwondo foi preso na tarde dessa quarta-feira (16), na cidade catarinense de São José (9 km de Florianópolis), acusado pela polícia de estuprar sete crianças em Canoas (região metropolitana de Porto Alegre).

Fernando Schultz Riela, 27 anos, estava desaparecido desde novembro, depois que o caso veio à tona. Conforme o inquérito policial, ele abusou de seus alunos - com idades entre 10 e 13 anos - em sua academia de artes marciais, no bairro Fátima, na cidade gaúcha.

As investigações iniciaram após uma das vítimas relatar os abusos à mãe, que procurou a polícia. Outros seis meninos confirmaram as agressões. "Ele simulava uma situação de que estava massageando o aluno e acabava abusando da criança. Outras vezes, pedia para que a criança tivesse uma postura mais ativa e prometia que ela passaria de faixa mais rápido", disse a titular da delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Canoas, delegada Priscila Salgado.

Após saber das investigações, Riela fechou a academia e fugiu para Santa Catarina, onde vinha trabalhando em uma pizzaria. Desde então, a polícia sabia que ele vinha recebendo ajuda de uma família de Canoas para se esconder. Agora, a delegada estuda indiciar mais pessoas por favorecimento pessoal.

"Ficamos sabendo que no Natal e no Ano Novo ele esteve na casa dessa família, justamente onde tem um menino que foi sua vítima. A família sabe dos abusos, pois a criança passou por perícia com psicólogos e confirmou as agressões. Mas a mãe o ameaça, diz que ele está mentindo e que criança que mente não presta", disse a delegada.

Em Canoas, Riela morava na casa de um tio. Ele não tinha mais parentes próximos, já que seu pai reside em São Paulo e sua mãe é falecida. Até a tarde desta quinta-feira ele não havia constituído um defensor. Dois advogados se apresentaram na delegacia, mas recusaram o caso.

Outro lado

Aos policiais, o professor de taekwondo nega os abusos. Ele está recolhido no Palácio da polícia de Porto Alegre, onde espera pela manifestação do Ministério Público, que deve pedir sua condenação por estupro de vulnerável, cuja pena varia entre oito e 15 anos. Como são sete vítimas, caso condenado, o professor deve receber ainda mais anos de pena.

A delegada disse acreditar que haja outras vítimas, mas admite ser difícil surgirem novas denúncias. "As pessoas já viram que o caso foi solucionado, ele está preso. É uma exposição muito grande para as crianças, elas sofrem demais relembrando, são submetidas à perícia, que não deixa de ser constrangedora."