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Linha de pipa com cerol mata mulher no Distrito Federal

Edgard Matsuki

Do UOL, em Brasília

21/01/2013 13h54Atualizada em 21/01/2013 13h59

Uma linha de pipa com cerol (mistura de cola com vidro moído) matou uma mulher de 47 anos na noite deste domingo (20) no Distrito Federal. Zenilda Belo de Sousa, 47, estava indo visitar o marido no Hospital Regional de Taguatinga na garupa de uma moto quando teve o pescoço cortado por uma linha de pipa com cerol que estava presa em uma árvore.

De acordo com o delegado da 17ª Delegacia de Polícia, Daniel Gomes, a linha estava atravessando a pista no momento do acidente. “O piloto da moto ainda conseguiu desviar, mas ela acabou cortando o pescoço da pessoa que estava na carona. A vítima morreu no local.”

De acordo com a perícia, a linha com cerol tinha cerca de 45 metros de comprimento.

Gomes ainda afirma que o caso está sendo tratado como homicídio culposo (quando não há intenção de matar). A pena para este tipo de crime é de um a três anos de prisão. Quem tiver mais informações sobre o que aconteceu pode ligar para o número 197 ou (61) 3355-8900.

Crime previsto no Código Penal

O delegado que cuida do caso ressaltou que o uso de cerol  em pipas é crime. “O uso de cerol é previsto no artigo 132 do Código Penal, que é expor a vida ou a saúde de outra pessoa em risco. Não é preciso acontecer um acidente para que a pessoa seja autuada”, explica.

Outro item previsto na legislação também poderia evitar mortes como a de Zenilda. Trata-se da resolução 356 do Contran, que torna obrigatório o uso do “corta-pipa” para mototáxis e motoboys. O item é uma antena localizada na parte dianteira da moto, que não deixa a linha atingir quem está no veículo.

Daniel ressalta que a falta de obrigatoriedade do uso de antenas em motos de passeio e questões estéticas fazem as pessoas deixarem de usar o “corta-pipa”. “Se elas fossem usadas com mais frequência, poderiam poupar vidas. Principalmente no período de férias, que é quando aumenta o número de pessoas que usam pipas com cerol”, diz.