Ex-comandante da PM diz que foi o responsável por retirar escolta de Patrícia Acioli
O coronel Mário Sérgio Duarte, ex-comandante da PM (Polícia MIlitar) no Rio de Janeiro, assumiu em depoimento ao júri do assassinato da juíza Patrícia Acioli, que retirou a escolta da magistrada em dezembro de 2010. Segundo ele, a proteção não estava dentro das normas da Corregedoria da Polícia. Perguntado por um jurado se sabia que ela estava sendo ameaçada, o coronel disse que não.
"Fui eu. Somente eu e a coordenadoria de segurança do Tribunal de Justiça tínhamos autoridade para solicitar escolta. (...) A ação de retirada foi minha, mas a ele [Tribunal de Justiça] caberia pedir que continuasse [com a escolta da juíza] ou retirasse", explicou. "Não sabia que ela estava sendo ameaçada".
O coronel foi comandante da Polícia Militar de julho de 2009 até setembro de 2011, quando pediu exoneração. No depoimento, ele disse ainda que o processo que investiga o assassinato de Patrícia Acioli é inconsistente, pois conta com várias contradições, o que provocou revolta do representante do Ministério Público, Rubem Viana, que se retirou do júri.
De acordo com o promotor do caso Leandro Navega, as provas demonstram claramente o como ocorreu o assassinato da juíza. Segundo ele, o depoimento do coronel não vai trará benefícios aos réus.
"O testemunho dele foi totalmente parcial, não relatou pontos importantes do processo, mas não vai confundir os jurados e sim ajudá-los. É clara a intenção de tentar ajudar o tenente Cláudio Oliveira. Só não sei o porquê", disse Navega.
Os PMs Jéfferson de Araújo Miranda, Jovanis Falcão Júnior e Junior Cezar Medeiros são acusados de assassinar a juíza em agosto de 2011. O júri acontece na 3ª Câmara Criminal de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro e, segundo Navega, tem previsão para acabar amanhã.
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