Polícia reconstitui morte de estudante por diferença de R$ 7 na conta em restaurante em Guarujá (SP)
Fabiana Marchezi
Do UOL, em Campinas
21/02/2013 13h10
A Polícia Civil em Guarujá (86 km de São Paulo) reconstitui a partir das 14 horas desta quinta-feira (21) o assassinato do estudante Mário dos Santos Sampaio, de Campinas (93 km de São Paulo), morto a facadas em um restaurante da cidade litorânea após uma discussão por causa de uma diferença de R$ 7 na conta. Nessa quinta (20), o estudante campineiro faria 23 anos.
Para a família, a coincidência entre as datas – aniversário e reconstituição – é um aviso. “Não é só uma simples coincidência. É um sinal. Com a reconstituição, Deus está confirmando pra polícia e pra Justiça que meu irmão foi vítima de um crime muito covarde”, disse a irmã do estudante, Valéria Cristina Santos Sampaio.
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Da reconstituição participam quatro amigos e a namorada do estudante, que presenciaram o crime. O pai de Sampaio e o cunhado também foram até a cidade para acompanhar o trabalho da polícia. Outras duas testemunhas que não conheciam a vítima, mas estavam no restaurante naquele dia, também participarão da reconstituição. O resultado dos trabalhos será anexado ao processo criminal.
Para o advogado da família, Antonio González, a reconstituição é só mais uma peça na investigação para confirmar o crime cruel. “Os trabalhos só vão confirmar o que a maioria dos 32 depoimento já mostrou”, disse.
O dono do restaurante, José Adão Pereira Passos; o filho dele, Diego Souza Passos, que era o gerente, não quiseram participar da reconstituição. Eles Continuam presos. O garçom Robinson de Jesus Lima, que também é suspeito de envolvimento no crime, permanece foragido. A Justiça já aceitou a denúncia contra eles, e os três são considerados réus no crime.
Na última segunda-feira (18), o advogado da família divulgou uma gravação que confirmou o pedido de socorro feito à PM (Polícia Militar) pelo estudante, antes de ele ser morto. A ligação, feita ao 190 –-que dura 3 minutos e 26 segundos-- cai exatamente no momento em que o universitário é esfaqueado, segundo González.
Na ocasião, o advogado também informou que em março a família vai entrar com ação indenizatória contra os acusados. Segundo o advogado, a família pretende reaver danos morais e materiais e doar o valor obtido ao Centro Boldrini, uma instituição de Campinas que atende crianças com câncer.
O caso
Sampaio foi morto a facadas na véspera do Ano Novo por José Adão Pereira Passos, 55, dono do restaurante onde havia feito uma refeição com a namorada e os amigos. Eles passariam a virada de ano juntos na praia. Após o estudante discordar do valor da conta (uma diferença de R$ 7), uma discussão entre Sampaio, o dono do restaurante, o filho dele e o garçom foi iniciada dentro do estabelecimento.
Depois de toda a confusão, segundo a polícia, o dono do restaurante foi à cozinha, voltou com a faca e golpeou Sampaio. José Adão foi preso nove dias após o crime. De acordo com a polícia, o suspeito escondeu provas, intimidou testemunhas e atrapalhou a investigação. Diego, o filho dele, foi preso no dia 15 de janeiro. O garçom está foragido.