Mulher diz que motorista de ônibus que caiu no Rio acumulava função de cobrador

A mulher do motorista André Luiz da Silva Oliveira, 33, condutor do ônibus que caiu do viaduto Brigadeiro Trompowski matando sete pessoas na avenida Brasil, zona norte do Rio de Janeiro, definiu o marido como uma pessoa calma e disse que ele costumava acumular as funções de motorista e cobrador.

"Como ele era novo na empresa [Paranapuã], raramente dirigia com um cobrador. Quase sempre fazia as duas funções. Ele não era explorado, mas sempre fazia hora extra”, afirmou Francilene dos Santos, 40. “Às vezes, somava tanto tempo que ele ficava uma semana em casa.”

"Ele tem três anos e meio de profissão e tem prazer em dirigir. Ele só reclamava que a empresa tinha muitos ônibus velhos, especialmente os das linhas 328 [a que se acidentou], 634 [Saens Peña-Freguesia da Ilha] e 910 [Bananal-Madureira]", disse a mulher.

Segundo ela, a empresa não a procurou depois do acidente para prestar ajuda. Procurada, a Paranapuã não se pronunciou sobre o acidente.

Francilene afirmou também que ainda não conseguiu achar os documentos do marido, perdidos depois que o ônibus caiu do viaduto. A mulher chegou para visitar o marido no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, zona norte da capital fluminense, no início da tarde.

"Ele é apaixonado pela profissão, ama o que faz. Não se mete em confusão, é um homem bom e calmo", disse, contando ainda que o marido está com o rosto bastante machucado e os lábios inchados. Segundo Francilene, o motorista está em uma ala com todos os acidentados e permanece em estado de choque.