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No Rio, manifestantes se reúnem para limpar áreas depredadas no centro

Manifestantes quebram agência do banco Itaú na rua São José, centro do Rio de Janeiro, durante protesto contra aumento da tarifa de ônibus - Fabio Teixeira/UOL/Folhapress
Manifestantes quebram agência do banco Itaú na rua São José, centro do Rio de Janeiro, durante protesto contra aumento da tarifa de ônibus Imagem: Fabio Teixeira/UOL/Folhapress

Paula Bianchi

Do UOL, no Rio

18/06/2013 13h14Atualizada em 19/06/2013 09h24

Após um protesto que levou 100 mil pessoas ao centro do Rio de Janeiro na segunda-feira (17) e acabou em conflito com a polícia depois que um grupo tentou invadir a Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), manifestantes se reuniram pelas redes sociais para ajudar a limpar a região.

O estudante de economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Ivan, 24, que participou do ato ontem e foi nesta terça (18) à Alerj ajudar no mutirão, diz que o principal objetivo do grupo é mostrar que os atos de vandalismo praticados por alguns manifestantes não representam o movimento.

“Viemos aqui voluntariamente para ajudar no que for possível e mostrar esse outro lado da manifestação que a maioria das pessoas que foram à [avenida] Rio Branco ontem participou: pacífica e sem violência”, afirmou.

Ivan atendeu ao chamado do Desoccupy Alerj, que pedia aos internautas que levassem sacos de lixo, vassouras, removedores de tinta em spray e outros materiais de limpeza para minimizar os danos causados ao patrimônio público. “Se cem babacas depredam um patrimônio, então acredito que 100 mil podem reconstruí-lo”, conclama o movimento no Facebook, pedindo que os manifestantes limpem o que puderem.

Segundo Ivan, apenas dez pessoas compareceram ao chamado. Eles se esforçaram em ajudar os funcionários da Comlurb e serviram café. A Secretaria Municipal de Conservação informou que 110 garis participaram da operação de limpeza do centro, que começou às 2h30.  Foram destruídos 19 cestos de lixo.

Protestos contra o aumento da tarifa do transporte coletivo
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Vaquinha

Pela internet, um grupo de manifestantes também se reúne para arrecadar dinheiro para um dos motoristas que teve o carro depredado. O veículo pertencia ao operador de áudio Fabrício Ferreira, que viu da janela do edifício da Rádio Manchete, na rua da Assembleia, o momento em que seu carro explodiu. O carro de Ferreira, um Ford Versailles 1993, foi comprado no ano passado, e ele ainda estava pagando as prestações.

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Prejuízos

O presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PDMB), estimou que o prejuízo causado na sede do Legislativo fluminense  foi de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões. Segundo Melo, 30% dos vidros franceses da parte de trás do prédio e várias vidraças dentro do Palácio Tiradentes foram quebradas pelos manifestantes. O mobiliário no salão nobre da casa também foi danificado. Além do prédio da Alerj, também ocorreram atos de vandalismo no Paço Imperial e na Igreja de São José, que ficam no entorno. "O maior prejuízo foi imaterial. (...) Até na época da ditadura, quando se lutava pela democracia, as pessoas preservavam o patrimônio histórico", afirmou Melo.

"Mas a prova cabal de que a passeata foi pacífica é que ela terminou na Rio Branco. Seria desonesto não separar a passeata ordeira da Rio Branco com os vandalismos que ocorreram na Alerj. (...) Eu me nego a usar a nomenclatura de protesto [para definir os atos de vandalismo que ocorreram no prédio da Assembleia Legislativa]", disse o deputado.