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Pai de Carlos Cachoeira morre aos 89 anos no interior de Goiás

Sebastião Ramos, conhecido como "Tião Cachoeira", chegou a dizer que o filho "é um Cristo" - Cristiano Borges/UOL
Sebastião Ramos, conhecido como "Tião Cachoeira", chegou a dizer que o filho "é um Cristo" Imagem: Cristiano Borges/UOL

Lourdes Souza

Do UOL, em Goiânia

31/07/2013 10h15

Sebastião Almeida Ramos, pai de Carlos Cachoeira, morreu vítima de um infarto aos 89 anos, a 55 quilômetros de Goiânia. Ele passou mal na madrugada desta quarta-feira (31), quando foi levado por familiares ao hospital de urgências da capital, mas não resistiu. O velório está acontecendo no cemitério São Miguel, em Anápolis, onde o corpo será enterrado às 17 horas.

Durante as audiências no Tribunal da Justiça Federal, em Goiânia, para o julgamento das denúncias apuradas na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em julho de 2012, Tião Cachoeira, como era conhecido o pai do contraventor, não hesitou em defender o filho.

Em entrevista ao UOL na ocasião, ele afirmou que a investigação da Operação Monte Carlo teria sido encomendada pelos réus do mensalão, entre eles o ex-ministro José Dirceu e Delúbio Soares, por vingança.

Tião negava ainda o envolvimento de Carlos Cachoeira com o jogo do bicho. Na ocasião, o pai do contraventor chegou a dizer que o filho era um Cristo porque estava passando por um massacre e seria um bode expiatório do sistema.

Caso Cachoeira

Em dezembro do ano passado, Carlos Cachoeira foi condenado a 39 anos e oito meses de prisão por diversos crimes de corrupção, peculato e formação de quadrilha.

Também foram condenados Lenine Araújo de Souza, primo de Cachoeira e apontado como gerente e contador da organização criminosa, que pegou 24 anos e quatro meses de prisão.

Giovani Pereira da Silva, também suposto contador, foi condenado a 13 anos e quatro meses. Ex-vereador em Goiânia, Wladmir Garcêz foi condenado a sete anos. Ele seria o braço político do esquema.

O sargento do Exército e araponga do grupo Idalberto Matias, o Dadá, pegou 19 anos e 3 meses; José Olímpio de Queiroga Neto, operador do esquema de jogos, 23 anos e 4 meses; Raimundo Washington de Sousa Queiroga, também operador de jogos, 12 anos e 8 meses; e Gleyb Ferreira da Cruz, interlocutor com autoridades policiais, 7 anos e 8 meses.A sentença cabe recurso.