Para advogada de PMs, "mundo do crime ganhou"; ela diz que vai recorrer
A advogada dos 25 policiais militares condenados na madrugada deste sábado (3) pela morte de 52 presos no Carandiru, em 1992, Ieda Ribeiro de Souza, afirmou, logo após a divulgação da sentença, que irá recorrer da pena de 624 anos imposta a cada um dos réus.
"Hoje a sociedade perdeu e o mundo do crime ganhou", declarou aos jornalistas no Fórum Criminal da Barra Funda.
Por outro lado, a advogada admitiu que "não será fácil" reverter o resultado, porque "esse é um caso político". Ela se referiu, ainda que indiretamente, ao fato de autoridades públicas da época do massacre não terem sido denunciadas, a exemplo dos PMs envolvidos na operação.
Veja a leitura da sentença da 2ª etapa do julgamento do Carandiru
No primeiro júri, em abril passado, a advogada avaliou que a condenação proposta pelos jurados não representaria "a vontade da sociedade". Indagada hoje sobre o resultado proferido após a decisão de jurados escolhidos pela própria sociedade, justificou: "Vão à internet. Vão ver os comentários na internet. Aquilo reflete a sociedade", afirmou, sobre manifestações favoráveis à absolvição do PM.
Os 25 PMs condenados, todos integrantes da Rota, participaram da ocupação do terceiro pavimento do pavilhão 9 da Casa de Detenção em 2 de outubro de 1992, data que marcou a história do sistema carcerário brasileiro com o episódio que ficou conhecido como massacre do Carandiru.
O terceiro pavimento do pavilhão 9 teve o maior número de mortos: 73, dentre os quais 52 no lado esquerdo do pavimento, que foi ocupado pela tropa da Rota quando policiais militares invadiram o prédio.
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